Nos estúdios White Helmets: luz, câmera, encenação

“Capacete Branco” olha após sujar de terra figurante mirim. “Mãe” aguarda a vez para entrar em "cena"

De novo, vídeos e fotos encenados são utilizados para tentar impedir o fim da guerra na Síria, e estão servindo de pretexto para o acossado Trump ameaçar a Rússia com ataque de mísseis à Síria. “Um embuste holywoodiano para justificar uma intervenção militar na Síria”, na descrição do embaixador sírio na ONU, Bashar Jaafari, sobre o suposto ataque químico com “dezenas de mortos” e crianças “asfixiando e espumando pela boca”. A OPAQ já aceitou enviar missão de investigação ao local.

Como disse o colunista da RT, John Wright, para realizar um ataque químico em Douma, quando está ganhando a guerra, com todo suporte militar e diplomático russo, e ainda mais uma semana após Trump ter anunciado em comício em Ohio a decisão de “retirar as tropas da Síria”, Assad teria que ser “o homem mais estúpido do planeta”. O jornalista da GloboNews, e que crê piamente que Assad “é sanguinário”, Gustavo Chacra, no entanto, acha que “Assad é  extremamente inteligente e neste momento ele vinha ganhando dos grupos jihadistas, os chamados rebeldes, e podia continuar usando as armas convencionais e não tinha motivos para usar arma química. Então, essa é a questão que se levanta muito agora: por que Assad decidiu fazer esse ataque? Se é que ele realmente o fez”.

Como de outras vezes, o instrumento usado para isso é o chamado “White Helmets” (Capacetes Brancos), uma organização que só atua onde há terroristas, fundada por um ex-oficial da inteligência britânica e financiada pelos EUA, Inglaterra e beneméritos como George Soros. E que já foi flagrada falsificando vídeos, ou posando junto com terroristas da Frente Al Nusra e outros cortadores de cabeça.

As fotos publicadas acima são do site truthseeker, que transcreveu postagem da ativista síria Penelope Stafyla, em que é mostrada uma encenação de “operação de salvamento” dos “Capacetes Brancos”, com direito a plaqueta de “take” e tudo mais. Numa delas, o “Capacete Branco” prepara a cena passando terra no figurante; uma “mãe com criança” se aproxima para a sua vez de representar. Um verdadeiro estúdio de gravação.

“VÍDEO DO MANEQUIM”

Há também um vídeo que ficou conhecido como “vídeo do manequim”, em que um figurante [suposta ‘vítima de bombardeio’]fica paradão, no maior silêncio, com as pernas sob o que seriam pedaços de destroços, até que soa uma sirene, começa o ‘luz, câmera, ação’, e ele do nada começa a gritar, os “heróis da CIA e MI-6” o retiram, o levam, alguém esquece e continua filmando, e o ex-quase morto é visto bonzinho da silva confraternizando com o resto do elenco.

O escândalo foi tão grande, que tiveram de admitir que era encenação mesmo, supostamente feito para ‘viralizar nas redes’ e ganhar um dinheiro em um “desafio internacional de manequins”. Pelo menos, foi a melhor desculpa que encontraram.

Denúncias contra as imposturas dos “White Helmets” têm sido feitas por jornalistas do porte de John Pilger (“são uma construção de propaganda”), Vanessa Beeley – que os conheceu de perto em Aleppo oriental -, Gareth Porter, Eva Barlett, o ex-correspondente do NYT, Stephen Kinzer, e o ex-especialista em contraterrorismo da CIA, Philip Giraldi, autor de “A fraude dos Capacetes Brancos”.

A falta de seriedade, na imprensa imperial, é tamanha quando se trata de inflar essas encenações, que um diretor norueguês resolveu filmar “só para ver como a mídia reagia” um garoto que ‘salva uma menina e leva um tiro e fica caído’. A versão completa do vídeo, com o garoto levantando todo serelepe para comemorar a cena, ficou para depois de o jornal Guardian dar o título: “garoto sírio salva garota de atirador do exército”.

A.P.