O candidato à Presidência da República pelo PPL, João Goulart Filho, esteve em São Carlos e Ararquara (SP), neste fim de semana, e disse que, se eleito, irá tomar medidas para retomar imediatamente o crescimento da economia. “Estamos há mais de vinte anos assistindo a ajustes e mais ajustes sobre os trabalhadores e, por conta disso, o país está afundando. Chega! Temos que mudar esse modelo desastroso”, afirmou o presidenciável.
Ao Jornal Nacional, da Rede Globo, que acompanhou suas atividades na região, João Goulart afirmou que é urgente o aumento do salário mínimo como forma de ampliar o mercado interno. “Nosso objetivo é mudar esse modelo que está provocando estagnação da economia. Isso se faz com o aumento do poder de compra da população. Assim, nossa economia será reativada e o país sai da crise”, disse ele. “Nosso modelo é baseado na produção e no trabalho. Por isso defendemos o aumento do salário mínimo”, acrescentou. “A gente se propõe a dobrar o salário mínimo em quatro anos sendo que 20% no primeiro ano, de forma que o aumento do poder aquisitivo irá gerar demanda, de forma que vai ocupar novamente até 30% da capacidade ociosa de nossas empresas”, completou.
“Precisamos também baixar os juros do Brasil a patamares internacionais, a 0,5%, de forma que o serviço da dívida pública, que hoje está em R$ 380 bilhões, possam ser dirigidos para desenvolver o setor social do país”, defendeu. O candidato disse ainda que pretende suspender a PEC do teto de gastos. “Nós achamos necessário terminarmos com a emenda constitucional 95 porque essa emenda engessou os orçamentos do nosso país não só para a educação, segurança pública e saúde pública. Ela engessou, de certa forma, a esperança do povo brasileiro”, denunciou.
João Goulart manifestou estranheza com o fato de que vários candidatos defendam a reforma da Previdência, quando a população majoritariamente repudiou os ataques de Temer aos seu direitos. “Estão defendendo o sistema de capitalização, que na prática é a privatização da Previdência pública”, denunciou. “Querem entregar as aposentadorias aos bancos e tirar o Estado do financiamento e da gestão da Previdência. Não haverá mais nenhuma garantia. Onde isso foi implantado, como no Chile, por exemplo, foi um desastre”, observou Goulart. “Eu sou totalmente contra essa mudanças”, garantiu.
“Nós temos uma visão diferente que é a ampliação do nosso mercado interno”, apontou. “Atacar aposentadorias reduz o mercado interno. Milhares de municípios brasileiros vivem dos recursos movimentados pelos aposentados”, disse João Goulart. “Nós seguimos com a visão que foi proposta lá atrás, em 1964 , que era privilegiar as empresas nacionais, pegar nossos bancos de fomento e os conduzir essencialmente para o financiamento das empresas nacionais, pequenas, médias e as grandes não monopolistas, que são as que irão gerar o grande volume de emprego e o desenvolvimento interno do país”, prosseguiu.
“Os recursos para isso existem, mas estão sendo drenados pelas desonerações tributárias concedidas a multinacionais. “O Congresso, nestes últimos cinco, seis anos isentou muitas empresas multinacionais do pagamento de tributos e isto deixa de entrar no Tesouro”, assinala Goulart. “Outros recursos que nós temos que reaver são as empresas que não estão pagando corretamente os seus tributos. Nós temos sonegações na ordem de R$ 500 bilhões”, denunciou. “Vamos canalizar esses recursos para os investimentos”, disse.
Por fim, João Goulart Filho denunciou o caráter antidemocrático dessas eleições. “Criaram um fundo eleitoral com dinheiro público para financiar os partidos mais envolvidos com denúncias de corrupção. Dividiram ente eles esses recursos”, observou.
João Goulart manteve encontros com correligionários e foi recebido pelo prefeito de São Carlos, Airton Garcia. Ele passou os dois dias dando entrevistas para rádios, jornais e sites em São Carlos e Araraquara. No sábado fez uma caminhada pelo centro de Araraquara acompanhado de correligionários, de candidatos e da candidata ao senado, Maurren Maggi, do PSB.
Perguntado sobre qual será o posicionamento do seu partido no segundo turno, o candidato disse que ainda não há uma definição. “Nós entendemos que ainda tem muito tempo para o segundo turno, acho que a água vai passar volumosa embaixo da ponte, nada está definido ainda”, afirmou.
SÉRGIO CRUZ