“É puro terrorismo de mercado”, acrescenta Gleisi Hoffmann
A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), criticou duramente nesta quinta-feira (7) a nota divulgada pelo Banco Central para justificar a alta dos juros para 11,25%, com uma elevação de meio ponto percentual na Selic.
“A nota do Copom para ‘explicar’ a nova alta dos juros é puro terrorismo de mercado. Chega a projetar uma taxa Selic de 14,5% se não houver ‘mudanças estruturais’ no orçamento. Uma indecência usar esse tipo de chantagem, ameaçando até com disparada do câmbio, para tentar impedir o governo de investir no crescimento e executar as políticas que atendem o povo”, disse a presidente do PT.
A decisão do colegiado de diretores do BC foi unânime, com todos os nove membros do Copom, inclusive os indicados pelo presidente Lula, votando pela alta escandalosa. O pretexto dessa vez incluiu, como sempre, a fantasia fabricada de que há superaquecimento da economia. O BC diz que o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. “A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes”.
Dizem que o “hiato do produto” está mais apertado. Traduzindo, o povo está comendo muito e recebendo muito dinheiro. Tem que dar uma apertada. O texto do BC justifica o arrocho, como sempre com ameaça de inflação. “As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente”, dizem.
Se não houver motivo para subir o juro, como é o caso atual, eles inventam um para poder engordar os banqueiros. Para isso, alardearam uma inexistente “conjunção de políticas econômicas externa e interna” que teriam “impacto” inflacionário. Qualquer coisa que acontece no mundo também serve para subir os ganhos dos rentistas. Se a Kamala Harris ganhasse a eleição tinha que subir a Selic. Como foi o Trump, também tem que esfolar o povo brasileiro. Ou seja, qualquer coisa serve.
Por isso, o Banco Central falou do ambiente externo “muito desafiador”. “Em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que traz maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração da desinflação e, consequentemente, sobre as decisões do Fed”, prosseguiu. Em suma, Gleisi Hoffmann tem toda razão. A nota do BC “é uma indecência e chantagem”.