Jair Bolsonaro divulgou que ele não faria oferta de cargos a parlamentares em troca de apoios para aprovação de suas propostas. Disse que substituiria essa, que ele chamou de “velha política”, por uma “novinha” em folha.
Mais cedo do que ele próprio previa, a lorota caiu por terra. O deputado Domingos Neto, do PSD, coordenador da bancada do Ceará no Congresso, denunciou, no último fim de semana, que Bolsonaro faz exatamente a mesma “velha política”. Ofereceu cargos em troca do voto, mas com uma novidade: exigiu a assinatura de um “termo de compromisso”.
“Eles querem que os deputados assinem essas indicações para se comprometerem com a reforma da Previdência”, denunciou o parlamentar. “Não aceitaremos cargos até que o governo mude a forma de se relacionar”, disse.
“Nenhum deputado quer assinar nada em troca de comprometimento com a reforma”, acrescentou Domingos. “Ninguém vai se comprometer com um tema tão sensível como esse em troca de cargo. Não aceitaremos ‘toma lá, dá cá’”, finalizou o parlamentar.
Ou seja, a diferença entre a “novíssima” política de Bolsonaro e a “velha”, que se praticava antes, é praticamente nenhuma. Tudo se resume a um recibo, que Bolsonaro, agora, exige que seja assinado.
A charge que o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), divulgou no grupo de whatsapp do PSL, ironizando Temer e Dilma pela oferta de cargos em troca de votos no Congresso, cabe perfeitamente também para o capitão. Ele só teria que acrescentar o tal recibo, que antes não havia, mas que, agora, Bolsonaro exige que seja assinado antes de liberar os cargos.
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