Novo ministro da Fazenda defende tirar mais blocos da Petrobrás, comemora Parente

Temer dá posse ao novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, em cerimônia no Palácio do Planalto. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Em entrevista em Londres, nesta terça-feira (10), Pedro Parente, presidente da frente da Petrobrás, declarou que as mudanças no ministério do governo Temer não vão prejudicar seus planos de entregar o pré-sal para o cartel internacional do petróleo.

Segundo ele, ao contrário, a mudança pode favorecer a revisão do contrato assinado entre a Petrobrás e a União de cessão onerosa de 5 bilhões de barris de óleo equivalentes (boe) no pré-sal, assinado em 2010. Uma das importantes áreas da estatal no pré-sal, que o governo visa entregar para o cartel com a realização do chamado “megaleilão”. Uma área já mapeada pela Petrobrás, sem risco.

“Olhem as mudanças que tivemos, no Ministério da Fazenda Eduardo Guardia é o ministro agora e ele estava liderando as negociações pelo governo sobre cessão onerosa”, disse Parente.

“Não vejo que teremos nenhum problema para a discussão da cessão onerosa… Na minha visão, pode até melhorar as garantias de que terminaremos dentro do cronograma estabelecido”, acrescentou.

Ele aproveitou também para elogiar o ministro Moreira Franco, o Angorá, investigado pela Lava Jato, que assumiu o Ministério de Minas e Energia. “Foi uma boa escolha, ele sabe o que está acontecendo e é próximo do presidente. Para o setor, vai continuar o que estava ocorrendo sob a liderança de Coelho Filho”, declarou, referindo-se ao ex-ministro do MME, Fernando Coelho Filho, que anunciou em Davos, na Suíça, a realização de megaleilão no pré-sal.

“Não vejo mudanças para o setor. Neste ano vamos ter um leilão, o segundo pode ser decidido em breve, e podemos ter um terceiro que pode estar relacionado à cessão onerosa. Devemos ter uma boa continuidade”.

Segundo reportagem do Valor na época, Eduardo Guardia, então secretário-executivo do Ministério da Fazenda, reuniu-se com outros membros do governo Temer, no dia 9 de março, onde foi assinado um “termo de confidencialidade”  sobre a abrangência dos valores que a União deve pagar à estatal e a forma de leiloar o excedente.

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