A passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul na segunda-feira (4) deixou ao menos 22 mortos. A informação foi confirmada nesta terça (5) pelo governador do estado, Eduardo Leite.
Segundo ele, houve demora na identificação por causa do alto nível da água, mas os corpos foram localizados em uma vistoria do Corpo de Bombeiros em residências.
De acordo com a Defesa Civil estadual, o Corpo de Bombeiros encontrou 15 corpos ao vistoriar uma casa nesta terça-feira (5) em Muçum, no Vale do Taquari. A região, na área central do estado, está completamente inundada pelo rio Taquari, que atingiu 22 metros de altura por volta das 23h de segunda.
O governador Eduardo Leite lamentou cada uma das mortes e afirmou que a prioridade, neste momento, é evitar outras perdas humanas. “Os esforços estão concentrados em salvar vidas, no resgate e na proteção das pessoas. Desde as 7h da manhã, assim que houve condições de voo, os helicópteros do governo do Estado se mobilizaram para fazer os resgates nas comunidades mais afetadas, especialmente na região do Vale do Taquari”, destacou.
Leite disse que está em constante contato com a Defesa Civil e com os prefeitos das cidades afetadas e que, assim que for possível, se deslocará até as áreas atingidas a fim de acompanhar os trabalhos e garantir todo o suporte necessário às famílias e aos municípios nas ações de reconstrução.
Outras seis mortes foram confirmadas entre segunda (4) e esta terça, em cidades do Norte do RS.
Segundo o governo, duas viaturas do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Caxias do Sul estão em deslocamento para Muçum, para auxiliar na remoção dos corpos, que deverão ser levados para Porto Alegre.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o envio de ajuda à região afetada, e uma missão do governo federal irá ao sul do país verificar a situação.
Mais de 85% da cidade de Muçum foi atingida pelas águas. Em razão do nível do rio que abrange a região, moradores precisaram ser resgatados em cima de telhados e forros das casas. O nível da água atingiu o centro da cidade, alagando residências, escolas, estabelecimentos comerciais e hospitais.
Por questões de segurança, a energia elétrica do município foi cortada. De acordo com a prefeitura, também não há sinal de telefone. O município possui quatro acessos por estradas e todos estão interditados.
Ao menos 50 cidades foram afetadas pelo ciclone, que deixou mais de 400 pessoas desabrigadas. Em Santa Catarina, um homem morreu quando seu carro foi atingido por uma árvore durante a tempestade.
De acordo com o mais recente balanço divulgado pela Defesa Civil do RS, o número de desabrigados é de 426. São 215 desalojados. As cidades mais atingidas são das regiões Norte, Serra e Vale do Taquari.