O número de trabalhadores subocupados no país atingiu um recorde histórico no segundo trimestre de 2021, de acordo com dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE. Esse fenômeno, na análise da LCA Consultores, significa que o mercado de trabalho continua frágil e a economia do país longe de se recuperar após quase dois anos de pandemia.
O estudo parte da base de 7,543 milhões de pessoas que estavam subempregadas no segundo trimestre deste ano – houve um incremento de 2 milhões de pessoas nestas condições em relação ao mesmo período do ano passado. O destaque é o grande contingente de trabalhadores por conta própria e empregados domésticos sem carteira assinada – que respondem por 70% do total.
Os economistas responsáveis pelo estudo afirmam que a expansão desse grupo – ao mesmo tempo que as vagas formais decrescem sistematicamente – mostra “fragilidade” do mercado, à medida que a “reação” se dá através da informalidade e trabalho por conta própria.
A proporção dos subocupados em relação ao total dos ocupados passou de 6,7% no segundo trimestre de 2020 para 8,4% no mesmo período de 2021. Nesse período, havia ainda 14,4 milhões de desempregados.
Subocupados são os que trabalham menos tempo do que gostariam, com jornadas inferiores a 40 horas por semana, especialmente se virando através de bicos sazonais e biscates.
“O público de subocupados por insuficiência de horas é formado principalmente por trabalhadores informais. Com tantas vagas perdidas no mercado, as pessoas acabam aceitando trabalho com jornadas menores e até qualificação menor, já que precisam recompor renda, pagar as contas, especialmente com o avanço da inflação”, diz Bruno Imaizumi, economista responsável pelo levantamento.