
O Brasil nunca contemporizou com traidores. Silvério dos Reis, o mais apodrecido deles, foi odiado pela nação e nunca mais teve sossego em solo pátrio. Os bolsonaros estão querendo superá-lo
A afirmação feita esta semana pelo prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, de que as tarifas de Donald Trump contra o Brasil são malignas, megalomaníacas e ilegais e que ele (Krugman) tinha a sensação de que os Estados Unidos estão sendo governados por um louco, mostra bem o grau degradação da política e da economia americana.
CÚMPLICES DE TRUMP
No Brasil não podiam ser outros, senão a família bolsonaro e seus agregados, os cúmplices de Trump nesta empreitada antinacional. Eles aplaudiram o tarifaço e estão estimulando freneticamente que empresas brasileiras se mudem para os Estados Unidos.
Qualquer economista, ou mesmo um estudante de economia, sabe da completa inviabilidade de Trump manter as vantagens do dólar como moeda de reserva internacional – com emissão livre por parte dos EUA – ao mesmo tempo que obtenha superávits nas relações comerciais com o mundo. Ninguém teria os dólares necessários para o seu comércio com o exterior.
Aliás, ao atacar o Brasil, ele acaba de sobretaxar os produtos e as empresas de um dos poucos países do mundo que têm déficit comercial com os Estados Unidos. Este fato mostra que a principal intenção das sanções não tem a ver apenas com comércio. O objetivo principal é apoiar os golpistas.
Donald Trump disse explicitamente, em sua carta dirigida ao presidente Lula, que, “se quiserem usufruir do mercado americano, tragam suas empresas para os Estados Unidos”. Ou seja, uma declaração aberta de guerra contra a economia brasileira. A meta não é outra senão agravar a desindustrialização do Brasil. Só traidores muito degenerados, como o clã dos bolsonaros e seus seguidores, entre eles o governador Tarcísio de Freitas, podem se prestar a cumprir o papel de cúmplices e serviçais internos de Trump em sua cruzada contra as empresas brasileiras.
CONSPIRAÇÃO DIRETA DOS EUA
No exato momento em que o governo Lula e o país inteiro se esforçam pela reindustrialização, após quatro décadas de devastação neoliberal, trabalhar contra as empresas e os empregos brasileiros, como fazem Jair Bolsonaro, Tarcísio de Freitas e o filho “zero três”, este último, inclusive, tendo se mudado para conspirar diretamente dos Estados Unidos, é um trabalho de sabotagem escandalosa à economia do país.
Se já respondem por tentativa de golpe de estado, com a conspiração junto a Trump, os vende-pátrias terão que responder também pelo crime de traição nacional. O Brasil nunca contemporizou com seus traidores. Silvério dos Reis, o mais apodrecido deles, que entregou os inconfidentes à Coroa Portuguesa, foi odiado pela nação brasileira e nunca mais teve sossego em solo pátrio. Os bolsonaros estão querendo superá-lo. Querem o título de maiores traidores do Brasil.
Eles se agarram a Trump e se oferecem para servi-lo. Quando estiveram no governo, venderam o país, tentaram alienar e destruir a Amazônia, esquartejaram a Petrobrás e a entregaram aos pedaços, além de venderem a Eletrobrás, a maior empresa de energia da América Latina. Só foram parados pelo povo e o seu voto de repúdio.
O isolamento de Trump a nível mundial – e até mesmo dentro dos EUA – já é muito evidente. Ele está muito grande. Milhões de pessoas já protestam nas ruas contra a “ditadura” Trump e sua arrogância. As condenações às tarifas dele contra o Brasil foram generalizadas. E, mais importante, a nação brasileira reagiu com firmeza e unidade aos ataques contra sua economia e seu sistema de Justiça.
LULA UNIU O BRASIL
Lula uniu o Brasil. O povo ocupou as ruas e os empresários foram chamados a cerrar fileiras com o conjunto da nação. A trairagem bolsonarista explodiu nas redes sociais. Os brasileiros invadiram as redes sociais de Trump exigindo que ele e seu governo deixem o Brasil em paz.
Durante a Segunda Guerra se dizia que Adolf Hitler venceu suas primeiras agressões porque, além das quatro colunas de suas forças, havia uma quinta coluna [de traidores], que agia como cúmplices internos de seus ataques. Eram sabotadores. Trump achou que em seu ataque à economia brasileira, poderia contar com a atuação da “quinta coluna” bolsonarista. Eles bem que tentaram. Mas, imediatamente, o país identificou os traidores. Eles, que aplaudiram e comemoraram as tarifas de Trump, tiveram que recuar. Foram desmascarados.
O Brasil poucas vezes esteve tão unido em defesa de seus empregos, de sua economia e de sua soberania nacional como agora. Além de unido, o país tem hoje muitos aliados pelo mundo afora, principalmente dentro do BRICS + (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul e mais dez países), e decidiu enfrentar os agressores através da reciprocidade e da busca de novos mercados.
ENTERRAR A CHANTAGEM
De nada adiantará a chantagem de Trump para tentar livrar os golpistas de 2022/23. A Suprema Corte brasileira segue firme no julgamento dos criminosos que tentaram rasgar a Constituição para implantar uma ditadura sanguinária no Brasil. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, já está concluindo as considerações finais para que a Justiça possa colocar atrás das grades os chefes das hordas que pretendiam anular as eleições, prender opositores e assassinar o presidente Lula, o vice, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
O momento é de ampliar a unidade e ocupar as ruas contra a agressão norte-americana. É também a hora de desmascarar com vigor a traição bolsonarista ao país. Mostrar que, além de servir a Trump, o que os bolsonaristas querem é radicalizar a destruição da economia do país. Eles querem aprofundar o desastre neoliberal, que tantos males já trouxe ao Brasil. Querem arrochar salários, acabar com todos os direitos trabalhistas, cortar programas sociais, como BPC e outros, e vender o que resta de empresas brasileiras.
Em suma. O nosso caminho não é esse. Ele deve ser o oposto de tudo isso. A hora é de romper definitivamente com as amarras fiscais e monetárias do neoliberalismo e acelerar o crescimento do país. Nunca estivemos em tão boas condições para isso. O centro (EUA) que nos asfixia está em declínio e o mundo nunca esteve tão aberto para um novo projeto de desenvolvimento do Brasil. O momento é de reduzir os juros, ter uma política fiscal expansionista, melhorar os salários e retomar o papel fundamental do Estado na economia. Vamos em frente!
SÉRGIO CRUZ