Um telejornalista disse que o vídeo em que a deputada Cristiane Brasil, nomeada por Temer para o Ministério do Trabalho, aparece numa lancha, em meio a quatro elementos sem roupa (dizem que só da cintura para cima, mas isso não é assunto para um jornal de respeito), era “semi-pornográfico”.
Trata-se de um desses locutores que defendem o assalto à Previdência – assim como poderiam defender a revogação da Lei Áurea, desde que, para evitar injustiças, os brancos pobres fossem incluídos entre os escravos. Mesmo assim, ele está semi-certo quanto ao vídeo da filha do sr. Roberto Jefferson.
Mas essa é, exatamente, a “reforma da Previdência” de Temer. Um negócio tão de bandidos, que, agora, o grande luminar da questão passou a ser Roberto Jefferson, cassado por corrupção e falta de decoro, condenado a 7 anos e 14 dias de cadeia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Esse é o condestável do governo Temer. Um condestável que manda tanto, que resolveu aboletar a filha no Ministério do Trabalho, não importa o que a filha faça, e Temer sempre concorda em manter a nomeação.
Que isso é um escândalo e uma pouca vergonha (aliás, nenhuma vergonha) é evidente.
Mas é essa a “reforma da Previdência” de Temer, que depende desse submundo.
“Eu juro para vocês que eu não achava que eu tinha nada para dever para essas duas pessoas que entraram contra mim. E eu vou provar isso em breve”, diz ela no vídeo.
Como “provar”? Ela foi condenada, em todas as instâncias, pela Justiça, por não pagar direitos trabalhistas e submeter um empregado a uma jornada de 15 horas de trabalho. Em relação a outro, só não foi condenada porque ela mesmo reconheceu a culpa e fez um acordo.
Como ela irá “provar que não tinha nada para dever”?
Mas, diz ela: “eu só quero saber o que que pode passar na cabeça das pessoas que entram contra a gente em ações trabalhistas?”.
Geralmente, o que passa pelas cabeças dessas pessoas é que têm um patrão (ou patroa) safado, que está arrancando o seu couro. Por isso, entram na Justiça do Trabalho. Porém, segundo a “ministra” de Temer (e do Trabalho), “quem é que tem direito? Ainda mais na Justiça do Trabalho”.
Assim, a grife da “reforma da Previdência” de Temer é um condenado por corrupção e lavagem e a sua filha, dada a várias atividades, festivas, atléticas e jurídicas (ou anti-jurídicas) – menos ao trabalho.
Se houvesse dúvidas sobre o caráter da “reforma da Previdência” de Temer, bastaria o fato de depender desse bas-fond, para tirar as dúvidas.
C.L.
Um grupo de puxa sacos junto a uma deputada que não é confiável, finge ser algo que não é, não foi, e nem será.