João Goulart Filho, candidato a presidente do PPL, afirmou, nesta terça-feira (18), em entrevista à TV Gazeta, de São Paulo, que “mesmo com uma lei antidemocrática, que tolheu o debate de propostas, não há como fugir da discussão sobre as medidas que possam tirar o país da crise”, disse ele. “Seja eu, ou qualquer outro que assumir o governo em 2019 vai ter que decidir se insiste nesses ajustes neoliberais que vêm prejudicando a economia, ou se vai tomar medidas para ampliar o mercado interno e retomar o crescimento”, acrescentou.
“O que está impedindo o nosso crescimento é a extrema desigualdade social e a concentração da renda. O Brasil é o nono país mais desigual do mundo. Minha proposta para resolver o problema é duplicar o salário mínimo em quatro anos. Considero este o caminho para aumentar as vendas e a produção”, observou Jango Filho. “Esta é a forma de distribuir a renda e fomentar a economia”, prosseguiu. “Com elevação do poder aquisitivo, as lojas vão vender mais, as fábricas vão aumentar a produção e os empregos voltarão”, destacou o candidato.
“Não acho que o caminho é manter o atual poder de compra do mínimo – menor que o do Paraguai – como quer a Marina, ou livrar os devedores do SPC, como advoga Ciro, ou com bolsa família de Haddad, que nós vamos reaquecer a economia”, prosseguiu o presidenciável. “O caminho é aumentar o salário e ampliar o mercado interno, reduzir os juros e subir os investimentos”, defendeu. “O Brasil está com o mais baixo nível de investimento dos últimos tempos. Nós temos que enfrentar esse problema. Com o aumento dos investimentos públicos, o setor privado também vai investir”, disse. “Sem fazer isso, não saímos da crise”, sentenciou.
“A renda concentrada na mão de poucos se perde, a maior parte vai para o exterior. Sessenta mil brasileiros têm US$ 500 bilhões aplicados em outros países. Quando distribuímos a renda entre muitos, a economia anda. Nós trabalhistas já fizemos isso em 1954. E não foi em quatro anos, foi em trinta dias. E o resultado não foi o desastre que eles diziam que ia ser. Ao contrário, o que ocorreu com a conquista do aumento do poder aquisitivo, que estava represado, foi um grande crescimento econômico viabilizando os 50 anos em 5 de Juscelino”, observou João Goulart.
“Nós defendemos os direitos trabalhistas, muitos deles criados pelos nacionalistas, por Getúlio, por Jango. Foi Jango que criou o décimo terceiro. Diziam que o país ia quebrar se fosse criado o décimo terceiro. Não aconteceu nada disso. Por tudo isso, nós vamos revogar a legislação que alterou a CLT e que tirou vários direitos dos trabalhadores”, prometeu João Goulart Filho. “Esse governo não tinha legitimidade para promover essa reforma trabalhista contra os trabalhadores”, lembrou o candidato. “Enquanto estimulam o rentismo e tiram direitos dos trabalhadores, os bancos que atuam aqui dentro do país batem recordes de lucros e têm a maior rentabilidade do planeta”, assinalou o presidenciável do PPL.
João Goulart disse também que não são adequadas as propostas que estão sendo feitas para enfraquecer a Previdência Pública. “São milhares de municípios que vivem com os recursos movimentados pelos aposentados. Tirar direitos e recursos dos aposentados é contribuir para a retração do consumo”, denunciou. “Querer tirar o Estado da gestão da Previdência, para passá-la para bancos privados e fundos especulativos, como defendem alguns candidatos, é um crime contra o povo e o país”, prosseguiu João Goulart. “Estou convencido que essas propostas vão agravar a grave crise que o país atravessa”, completou o pretendente ao Planalto.
SÉRGIO CRUZ