“A gente começa a discutir o orçamento sendo obrigado a pensar quanto você vai deixar de reservas para pagar. É isso que acontece”, denunciou o presidente. “A última coisa que a gente pensa é investir. Vai investir o que sobrar”, afirmou
O presidente Lula afirmou nesta segunda-feira (22), durante o lançamento do programa para estimular o crédito para empreendedores e famílias de baixa renda, que “o Brasil tem que ter 25% do PIB em investimento”. “A gente começa a discutir o orçamento sendo obrigado a pensar quanto você vai deixar de reservas para pagar. É isso que acontece. A última coisa que a gente pensa é investir. Vai investir o que sobrar”, disse.
Lula mostrou insatisfação com essa situação e disse que nós não temos os investimentos que precisamos. “E não temos porque tudo que você faz é tratado como gasto. Se eu ampliar uma ponte por onde só passa um carro, para passarem dois ou três carros, isso não é gasto, isso vai aumentar o fluxo, vai ter mais cargas e mais arrecadação. Isso é mais riqueza para o país”, argumentou o presidente.
“Achar que tudo é gasto é para inibir a gente. E desse jeito, é muito difícil a gente imaginar que a nós vamos chegar no lugar que nós queremos com muita rapidez”, prosseguiu.
“Achar que tudo é gasto é para inibir a gente. E desse jeito, é muito difícil a gente imaginar que a nós vamos chegar no lugar que nós queremos com muita rapidez”
“Para conseguirmos isso, teremos que fazer muita política. Quem não gosta de política, vai fazer outra coisa. Para conseguir o que nós queremos, o Alckmin tem que ser mais ágil, o Haddad, ao invés de ler um livro, vai ter que gastar mais tempo na Câmara e no Senado. Não pode reclamar porque política é exatamente assim. Ou você faz assim ou não entra na política”, afirmou Lula.
O presidente defendeu o programa que vai ampliar o crédito e lembrou que haverá recursos para mais um milhão ou um milhão e meio de meninos e meninas no programa Pé de Meia.
Ele afirmou que “sem crédito, esse país não vai a lugar nenhum. Eu não quero nem falar mal de juros porque senão a manchete será essa e não o programa Acredita. Ninguém falou mal dos juros, mas todo mundo sabe que está difícil. Nós não vamos ficar lamentando o que é difícil, o que a gente não controla. Vamos fazer o que a gente pode”, destacou.
“As pessoas que têm muito dinheiro, quando precisam de dinheiro, podem esperar porque é muito dinheiro. Mas e as pessoas que precisam de R$ 1.000, R$ 500, de R$ 1.500, de R$ 2.000, para curar uma dor qualquer que tenham dentro de casa? Banco não foi preparado para receber pobre, que chegue lá de sandália, não vou dizer o nome da sandália para não fazer propaganda”, disse o presidente.
O programa Acredita Brasil tem como uma das principais metas ampliar o acesso ao crédito no país e garantir mais apoio aos Microempreendedores Individuais (MEIs) e às micro e pequenas empresas.
Entre as novidades, está a criação de um programa que incentiva a renegociação de dívidas para MEIs e para micro e pequenas empresas, inspirado no Desenrola. O Desenrola tem como público-alvo pessoas com o CPF negativado e já beneficiou 14 milhões brasileiros. Possibilitou a a renegociação de aproximadamente R$ 50 bilhões em dívidas e foi prorrogado até o dia 20 de maio.
O Acredita também cria o ProCred 360, iniciativa que estabelece condições especiais de taxas e garantias por meio do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para operações destinadas a MEIs e microempresas com faturamento anual limitado a R$ 360 mil. Para esse público, o programa oferece taxas de juros competitivas, fixadas em Selic + 5% ao ano. Além disso, permite o pagamento de juros no período de carência, contribuindo para uma melhor organização financeira dos tomadores de crédito.
Para as empresas de porte até médio, com faturamento de até R$ 300 milhões, a medida reduz os custos do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac), com 20% de redução do Encargo por Concessão de Garantia (ECG).
Assista aqui a solenidade
Lula participa do lançamento do Programa Acredita https://t.co/Y6hVuvEkk3
— Lula (@LulaOficial) April 22, 2024