General afirmou que espera o fim das investigações para fazer qualquer avaliação. “Só será possível punir os militares envolvidos após a conclusão das investigações”, apontou o general Tomás Paiva
O comandante do Exército, general Tomás Paiva afirmou, em entrevista ao site Metrópoles, que os militares cumpriram a lei a lei ao garantir posse de Lula. A afirmação foi feita como desdobramento das discussões sobre o depoimento do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, que comprometeu o presidente e alguns militares na trama golpista.
Alguns setores da sociedade não perceberam ainda o papel decisivo do comandante do Exército e dos comandos das regiões Sudeste, Sul e Nordeste para barrar a intenção golpista de Bolsonaro. No depoimento à Polícia Federal, Mauro Cid disse que o general Freire Gomes, então comandante do Exército, chegou a dizer a Bolsonaro que iria mandar prendê-lo se ele insistisse na intenção de dar o golpe.
Foi nesse espírito que o general Paiva afirmou ao site que “o Exército cumpriu a lei. O que é que o Exército cumpriu a lei, ao garantir a posse do atual presidente da República em 1º de janeiro de 2023”, apesar das tentativas golpistas de Bolsonaro. O general Tomás Paiva, atual comandante do Exército, fez um discurso contundente antes da posse do presidente Lula defendendo a legalidade e a posse normal do presidente eleito. Paiva é conhecido como um militar legalista.
Durante a conversa entre Bolsonaro e os militares, segundo o relato de Cid, o almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria dito a Bolsonaro que suas tropas estariam à disposição para cumprir as ordens do presidente. À coluna, Tomás Paiva reafirmou que o Exército defendeu a lei e afirmou que não teve acesso às declarações de Mauro Cid, que é tenente-coronel da Força, pois elas continuam em sigilo, determinado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Como já existe quem esteja cobrando uma punição, já, dos militares que se mostraram propensos a apoiar a trama golpista de Bolsonaro, o comandante afirmou que espera o fim das investigações. “Nossa ideia é esperar que as investigações terminem para fazer qualquer avaliação”, disse o comandante, ressaltando que só será possível punir os militares envolvidos após a conclusão das investigações.