(HP 18/12/2009)
De acordo com o professor Luis Carlos Molion, da Universidade Federal de Alagoas e representante dos países da América Latina na Organização Meteorológica Mundial (OMM), “o gás carbônico não controla o clima” e “reduzir as emissões de CO2” “não impedirá “aquecimento global” algum. A afirmação foi feita em entrevista a Carolina Oms, do “Terra Magazine”.
Molion, que estuda o clima há quarenta anos, destacou que a quantidade de CO2 lançada pelo homem – “6 bilhões de toneladas/ano” – é “irrisória” diante dos “200 bilhões provenientes dos fluxos naturais – oceanos, solo, vegetação” anuais. Ele salientou que a incerteza sobre esses fluxos naturais é de “40 bilhões de toneladas para cima e para baixo”. Ou seja, existe “uma incerteza de 80 bilhões, que é oito vezes maior que o que o homem lança na atmosfera”. “Não há como controlar o clima, mas se controlar, se reduzir as emissões, não haverá impacto nenhum no clima”, acrescentou. A questão, ele assinalou, é que o clima hoje “deixou de ser um problema científico, é um problema político-econômico”.
E o cerne desse problema é que, numa situação de crescente escassez dos combustíveis fósseis e recursos naturais, os países ricos querem frear o crescimento dos países em desenvolvimento, “não querem perder a hegemonia”. Como Molion destacou, “hoje a matriz energética mundial, com exceção do Brasil, que é um país privilegiado, está baseada nos combustíveis fósseis (petróleo e carvão)”. Quando se diz, ‘vamos reduzir as emissões’, o que se quer dizer é: “Vamos reduzir a geração de energia elétrica”. Ou seja, a produção (e a inclusão dos mais pobres). “Uma coisa é você estar com sua população em condições adequadas, como é no caso da Europa, dos EUA, do Canadá”; outra, a situação de “todos os países que ainda não têm” tal condição. “Então, precisaria desenvolver, não se consumindo como se consome nos EUA, mas com condições adequadas para viver, saúde, educação”, ressaltou.
DÉCADA DE 30
Voltando à discussão sobre o “aquecimento global”, Molion apontou que “todos os recordes de temperatura nos Estados Unidos, que têm uma série de dados bastante longa, ainda são da década de 1930”. Entre 1925 e 1946, “ocorreu forte aquecimento” e nessa época “o homem lançava na atmosfera menos de 10% do carbono que lança hoje”. Então, aquele aquecimento, “que é ainda maior que esse atual”, na realidade foi explicado “por fenômenos naturais”. O sol esteve mais ‘ativo’, praticamente não houve erupções vulcânicas, deixando a atmosfera mais limpa, e com entrada maior de radiação solar. “Depois, no pós-guerra, quando a atividade industrial aumentou, e o consumo de petróleo também, houve uma queda nas temperaturas. Ele também se referiu à época em que se doutorou nos EUA – anos 1970 – quando estava tão frio que o ‘consenso’ da época era de que se estava “entrando numa Era Glacial”.
Se não é o “CO2”, como insinuado no terrorismo climático vigente, “quem controla o clima?” A resposta em primeiro lugar é “o sol, que é a fonte principal de energia para todo o sistema climático”. Molion lembrou que “há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa da atividade máxima para a mínima”, e deverá estar em estado de atividade mínima nos próximos 22, 24 anos, segundo os registros desde a época de Galileu. Também os oceanos, “em particular o Pacífico, porque ele sozinho ocupa 35% da superfície terrestre. Então, quando ele se aquece, o clima também fica mais quente: a atmosfera, o ar, é aquecido por baixo, as temperaturas mais elevadas estão próximas da superfície”. Mas, conforme Molion, “desde 1999 o Oceano Pacífico esfria”, o que é constatado através de monitoramento e de mais de 3200 bóias que mergulham, se deslocam com a corrente marinha e nove dias depois sobem e passam os dados por satélite. “Esse sistema mostra que os oceanos, de maneira geral, estão esfriando nos últimos seis, sete anos. E, nos últimos 10 anos, a concentração de CO2 continua subindo”.
“CHUTES”
Há também o fato de os modelos de fenômenos climáticos atuais serem “uma representação ainda simples, grosseira, da complexa interação entre os processos físicos diretos e de realimentação”; que há “sérios problemas com as simulações e modelagens” – o que é resolvido através da “sintonia”, “intuição”, “parametrização” – ou, como diriam nos bancos escolares, “no chute”. E a questão de como são medidas as temperaturas que supostamente provariam o “aquecimento global”. O “Painel Intergovernamental” (IPCC), criado, por iniciativa dos países do G-7, para disseminar a tese, se recusa a aceitar as medidas feitas por satélites, através de sensor de microondas (MSU), existentes desde 1986, e mais apropriados para medir temperatura global pois fazem médias sobres grandes áreas, incluindo oceanos. Já os termômetros de superfície, os preferidos pelo IPCC , registram variações de seu micro ambiente, num raio de 150 metros e por estarem na grande maioria dentro das cidades, são afetados pelo efeito de ilha de calor, resultante da substituição da cobertura vegetal por asfalto e concreto.
Como Molion acrescentou, ainda com tudo isso precisam apelar para meios como os mostrados no chamado “Climategate” – os e-mails mostrados por hackers, em que há uma confissão de manipulação de uma série para, ao invés de um resfriamento, mostrar aquecimento. Em entrevistas anteriores, Molion havia expressado que a tese da contenção do desenvolvimento para evitar o aquecimento global é a “ressurreição da velha teoria” do malthusianismo, que dizia que a população dos países pobres, à medida que crescesse, iria concorrer pelos recursos naturais existentes. “Agora querem que reduzamos nosso consumo de petróleo, enquanto a sociedade americana, sozinha, consome um terço do que é produzido no mundo”.
O suposto “consenso científico” sobre o “aquecimento global” foi nocauteado por Molion. “Não existem consensos na ciência, ciência não é política, é experimentação. A ciência progride pelos contras que vão surgindo. Se você tem uma teoria e mostra que ela vale, e se surge um único experimento que diz o contrário, então você tem de repensar toda a teoria”. O professor também contestou as imposturas passadas aos alunos como “ciência”: “quando você olha para os livros didáticos das crianças, diz lá que o homem está destruindo a camada de ozônio, que a Terra está aquecendo, que o nível do mar vai… Isso está errado! O que nós estamos fazendo? Educação ou lavagem cerebral?”
ANTONIO PIMENTA