Sabino Bussanello, assessor de formação sindical da Federação dos Trabalhadores na Indústria Santa Catarina (FETIESC) e um dos coordenadores do Fórum Sindical Ampliado (FSA), declarou ao HP que a matéria que saiu no jornal “O Globo”, dia 21/08, “falseia a posição do movimento sindical sobre o sistema de custeio dos sindicatos e se constitui numa armadilha de emparedamento, visando o linchamento do sindicalismo brasileiro”.
O Globo, desta segunda-feira (21/08), publicou que o movimento sindical quer trazer de volta o imposto sindical obrigatório para todos trabalhadores. Segundo Sabino, “não é verdade. Não tem nada de imposto. O que defendemos é um sistema negocial, na mesa de negociação, onde os critérios e os valores são deliberados em assembleia. Não abrimos mão dessa prerrogativa, para que o movimento sindical tenha vida própria. Na nossa convicção, um movimento sindical atuante, com estrutura, com financiamento e custeio fortalece a democracia”.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em entrevista à Voz do Brasil, afirmou que “a contribuição que está sendo discutida será diferente do antigo imposto sindical, que era obrigatório”; A proposta sugere uma “contribuição negocial”, já que ela só existirá quando houver uma negociação realizada pelo sindicato, disse o ministro.
Sabino considera que “O Globo não perde tempo para tentar jogar os trabalhadores contra os dirigentes sindicais, fazendo sucessivas campanhas de deturpação, de difamação dos ideários do movimento sindical e dos setores mais aguerridos da sociedade”.
Ele ressaltou que no entender do FSA “a principal reivindicação do movimento sindical hoje é a revogação do entulho autoritário trabalhista (“trabalhista” entre aspas), dos governos Temer e Bolsonaro. Discutido com ninguém, enfiado por goela abaixo do país por uma ideologia nazi-fascista e por Medidas Provisórias e Projetos de Lei, vindos de cima para baixo”.
Para o sindicalista, “eles transformaram a política trabalhista num pântano, onde chafurdam os banqueiros, grandes capitalistas e os fascistas, regados pelas ações golpistas e neoliberais, introduzidas por Temer e Bolsonaro, dizimando direitos e nos colocando na defensiva.”
Sabino esclareceu que “as afirmativas do movimento têm quatro pilares: o 1º é a recuperação dos direitos basilares da classe trabalhadora. O segundo é o fortalecimento da Justiça do Trabalho – o Estado precisa mediar os conflitos com os patrões, para que exista um mínimo de equilíbrio.
Em 3º lugar, é preciso recuperar a fonte de custeio e manutenção do movimento sindical. Na nossa convicção, um movimento sindical atuante, com estrutura, com financiamento e custeio fortalece a democracia.
Por fim, um quarto elemento, não menos importante, é o resgate da unicidade sindical, do protagonismo do movimento sindical da base. É o sindicato tendo condições de fazer as homologações, de fiscalizar as relações capital /trabalho, ou seja, o sindicato, a federação , a confederação e a central dentro da estrutura da unicidade.
REVOGA JÁ!
São aguardados 900 entidades sindicais
Dia 12 de setembro, terça-feira, às 19 horas.
Centrais sindicais, confederações, federações, sindicatos de categorias de todas as regiões do país, em reunião do FSA (Fórum Sindical Ampliado), na última terça-feira (21), lançaram campanha pela revogação dos ataques de Bolsonaro e Temer aos direitos previdenciários e trabalhistas. São aguardadas 900 entidades sindicais
A campanha “Revoga Já!” tem por objetivo a urgência de se constituir projeto que possa resgatar os direitos trabalhistas, mantendo a unicidade e o protagonismo dos sindicatos.
CARLOS PEREIRA