Mantivemos, no título acima, aquele dado por seu autor, pois não conseguimos reproduzir, em português, o mesmo efeito que ele conseguiu em castelhano. Traduzi-lo por “Bolívar, a nu, desmente Maduro” não seria uma solução, mas uma complicação.
O artigo foi publicado, no último dia 8, no site Aporrea.
Estávamos pensando em escrever algo sobre a série Bolívar, aparecida em Netflix, quando Susana Lischinsky, nossa redatora da editoria internacional, nos chamou atenção para este artigo de Teófilo Santaella – que tem, inclusive, uma vantagem extra: foi escrito por um conterrâneo de Bolívar.
Porém, os eventuais problemas de tradução recaem exclusivamente em nossa conta. A principal dificuldade residiu (e, a rigor, ainda reside) na palavra ficción utilizada por um dos roteiristas da série (“La figura de Bolívar, ha sido tan manoseada y tan tergiversada que esos señalamientos del señor Maduro se convierten en una invitación para ver esta nueva ficción“), no sentido de que não se trata de um documentário – mas cujo sentido de seu correspondente em português, “ficção”, remete principalmente ao que não é verdadeiro. Depois de várias tentativas, optamos por manter a palavra ficção, apesar de seus inconvenientes (C.L.).
TEÓFILO SANTAELLA*
“Quantas mentiras, deformações e lixo colocarão na minissérie Bolívar? Temos que enfrentar a oligarquia colombiana”. Assim se expressou o presidente Nicolás Maduro, uma semana antes da estreia da série Bolívar, produzida na Colômbia, pela Caracol TV, e transmitida em 60 episódios de cerca de cinquenta minutos cada um, na plataforma NETFLIX. Sua crítica foi emitida sem ter visto o trabalho da televisão. Costume do nosso presidente e outros funcionários do seu governo. Mas ele estava errado. Eu tive o prazer de ver os 60 capítulos que compõem a série, e fiquei agradavelmente surpreendido com os fatos narrados com maestria, que apresentam tanto a Simón Bolívar como a Manuelita Sáenz, e outros heróis, como o Marechal Sucre e Antonio Ricaurte, Rafael Urdaneta e o inefável, faminto de poder, como foi José Antonio Páez.
O trabalho fílmico desmistifica a Bolívar, aquele a quem nos têm acostumados nossos historiadores, os quais, por sinal, são recomendados e tidos em conta, além disso, pelo sistema de educação venezuelano, especialmente no ensino primário e secundário. A série apresenta um Bolívar de carne e osso. Ao homem que amou muitas mulheres, mas que sempre se manteve focado em sua missão: expulsar os espanhóis das fronteiras da América. O homem que cometeu erros, como qualquer ser humano, sobretudo aqueles que carregam nas costas a tomada de decisões, em sua ânsia de cumprir um juramento, como aquele que Bolívar fez no Monte Sagrado.
“A figura de Bolívar tem sido tão manipulada e tergiversada, que essas observações do sr. Maduro se convertem em um convite para ver esta nova ficção. Tenho a absoluta certeza de que os venezuelanos vão sentir-se orgulhosos do Bolívar que nós contamos, e o resto do mundo conhecerá. Um personagem do qual ouvimos tantas coisas, do qual tantas histórias são contadas e, na realidade, sabemos muito pouco do verdadeiro herói que foi Simón Bolívar”, apontou Juan Uribe, um dos roteiristas da série. Enquanto que o ator venezuelano que interpreta o Bolívar na maturidade, Luis Gerónimo Abreu, disse: “Eu acho que qualquer um que tenha metade do cérebro, deve primeiro assistir à série e depois opinar…”.
Independente de qualquer opinião, venha de onde vier, a série nos apresenta alguns fatos emocionantes, desde o desenvolvimento dos personagens, assim como os exuberantes países, até os figurinos espetaculares, sem falar das aguerridas batalhas. Permite-nos apreciar um Bolívar pleno de paixão e obsessivo até a medula com a sua missão sagrada de libertar a sua amada Venezuela dos monarquistas, assim como a toda a América, da presença de todo vestígio do império espanhol. Certamente, um homem apaixonado por toda mulher bonita, mas respeitando a memória de sua amada Maria Teresa del Toro. Um herói que construiu passo a passo a sua lenda. Graças à sua inteligência, à sua intuição e a seu ímpeto transbordante e avassalador.
Por outro lado, o trabalho televisivo nos apresenta outros personagens cheios de paixão pelo que faziam. Santander, bravo guerreiro no campo de batalha, que acompanhou o Libertador nas primeiras vitórias da luta pela emancipação. Após ser nomeado por Bolívar como vice-presidente, começou a mudar, a ponto de conspirar com Páez contra o presidente e chefe do exército patriota. Bolívar o enfrenta e o destitui de seu cargo de vice-presidente. A traição de Santander é evidente. Enquanto isso, a doença começa a tomar o organismo do herói venezuelano.
Mas há muito mais. A série nos desenha uma Manuelita Sáenz diferente da que nos apresentam os historiadores venezuelanos. O personagem, encarnado por uma jovem atriz colombiana, nos envolve e nos acalenta com seu temperamento, sua vivacidade e sua capacidade de reação, dada sua inteligência inata. Brota de suas entranhas uma energia inusitada em uma mulher da época. Essa energia e sua vocação libertária, nos fazem presente um ser humano de uma dimensão que só Simón Bolívar merecia. Sua paixão pela liberdade levou-a a se inscrever, contra a vontade de Bolívar, como soldado patriota no exército, e, na batalha de Pichincha, dada a sua bravura na luta, ela é nomeada coronel. Após seu retorno a Quito, e após circunstâncias adversas, ela vai para Santa Fé de Bogotá, onde Bolívar, já doente, reivindica sua presença. Aliás, na série, a figura da mulher é exaltada, independente da posição social a que pertencesse. A mulher, ligada ou não à família Bolívar, tem um papel importante ao longo da luta pela independência.
Não encontrei nada importante para questionar na série Bolívar. Pelo contrário. Do primeiro capítulo ao número 60, com o qual a superprodução termina, não faz mais do que nos emocionar e nos deixar famintos para ver mais e mais. De tal modo que eu recomendo amplamente a série para todo aquele venezuelano que queira vê-la. Basta ir para a plataforma NETFLIX, sentar-se confortavelmente, bem equipado e com a disposição de ver uma das produções mais espetaculares sobre a vida do herói hispano-americano, que colocou sua fortuna à disposição da luta pela liberdade e ofereceu sua vida para fazer-nos um povo digno e livre do jugo espanhol. A crítica feita pelo presidente Maduro, uma semana antes da estreia da série, foi sepultada, por falta de provas.
* Jornalista, militar reformado, ex-prisioneiro da Isla del Burro na década de 60 (N.HP: A Isla del Burro era o cruel campo de concentração da ditadura pró-imperialista de Rómulo Betancourt na Venezuela, para onde eram enviados os opositores políticos).
Amei a série e pergunto: como se sentiria o General Bolívar se pudesse ver como se encontra seu amado país?
Não conhecia a história do General Bolívar, mas fiquei encantada pela forma como foi conduzida toda sua trajetória. Parabéns pela emocionante série.
“BOLIVAR” simplesmente enriquecedora, esclarecedora, riqueza de detalhes, atuação dos atores e atrizes, direção, trilha sonora, cenário das filmagens (o telespectador sente que está participando das locações). Não se estuda no Brasil a história da América Espanhola, infelizmente. Cresci ouvindo falar em Simón Bolívar, porém, nada a saber. A série trouxe-me conhecimento e emoção. “Liberdade e Democracia” slogan do General Bolívar. Valores que Maduro desconhece, então critica o trabalho de todos.
Encantada com Simon Bolívar, o Libertador.Ele é simplesmente emocionante , apaixonado, envolvente. Impossível resistir aos seus argumentos, a sua eloquência e seu carisma. Lastimo tê-lo conhecido pouco, porque infelizmente estudamos mais a história européia do que a de nosso continente latino-americano. Ver a série me remete a dúvida que me atormenta: até que ponto foi benéfico aderirmos ao regime democrático? A miserável presença de Santander e seus bacharéis na história da América Latina, mostram que a democracia pode não ser o melhor caminho para a sociedade ideal. Que viva Bolívar!
Eu amo séries de época, Bolivar foi tudo de bom amei de verdade ,chorei muito com a morte dele, eu acho que
atores principais não deviam morrer, puxa que triste. gostaria de saber se vai ter a 2 temporada
Foi um grande prazer assistir a Série ” Bolívar”. Muito triste que nossos livros não dão ênfase a essa História tão envolvente que mostraria aos nossos jovens o ardor de amar a sua Pátria e lutar por ela contra todo tipo de injustiça!! Valeu quarentena, pois me deu a oportunidade de ver mais profundamente esse Ser Incrível que foi Simon Bolívar!! E Vivaaa Liberdade! Ela chegará!! Parabéns aos atores!! Vivaa
Estou na faze inicial da série, mas estou empolgado com o seu teor, a riqueza da história que não nos foi contatada.
Bolívar, herói de fato e de direito, (bem diferente daquilo que querem nos empurrar goela abaixo na mídia nacional). Estão de parabéns os produtores, atores e interpretes, pela sensibilidade com que conseguiram transmitir um sentimento de defesa da pátria e cumprimento de promessas e compromissos assumidos. Com o que acompanhei aqui tenho certeza todo contexto será emocionante até o seu fim.
A série: Bolivar precisa voltar para libertar os venezuelanos.
Nossa!! Muito boa essa minissérie. Bem produzida. Ótimo roteiro, ótima interpretação dos atores. Todos.
Aplausos para o destaque dado as mulheres. Mesmo sendo uma sociedade patriarcal mas tinham muitas mulheres valentes. Guerreiras.
Já conhecia um pouco d a história de Bolivar mas com a série aprendi muito sobre sua trajetória,
os desafios bem como História e Geografia da América Espanhola . Show!!
Parabéns
Adorando, só acho q o ator da idade madura, é muito diferente do primeiro, estatura etc…