Em pronunciamento na reunião da Executiva Nacional do PT, em Salvador, na Bahia, quinta-feira (14), Lula afirmou que “o PT não nasceu para ser partido de apoio”.
Lula disse, também, em Salvador, que “o PT não tem que fazer autocrítica”. “Tem companheiro do PT que também fala que tem que fazer autocrítica. Eu não vou fazer o papel de oposição”.
“Eu posso subir a rampa em 2022″, disse ele, “levando o Haddad, levando os outros companheiros. Mas o PT tem que ter em conta que o partido só cresce se ele disputa”.
“Nós vamos lançar candidaturas em todas as cidades que for possível. Quem vai defender a Dilma? Nós somos uma família”, disse Lula.
“Ele [Bolsonaro] é como um desses desastres que acontecem de vez em quando”. Portanto, Bolsonaro deve ser semelhante a alguma chuva de pedra, determinada pelos infortúnios da natureza. Nem ele nem o PT têm qualquer responsabilidade pela subida deste indivíduo ao poder.
Quanto ao risco para a democracia que representa Bolsonaro na Presidência, e a necessidade de edificar uma ampla frente em defesa das liberdades democráticas, Lula não parece achar importante. Nada aparece sobre isso nos trechos de seu discurso que foram divulgados.
O que importa é ele voltar à Presidência: “Se o PT tiver um candidato à altura, o PT vai polarizar. O PT polarizou em 94, em 98, em 2002, em 2006, em 2010, em 2014, em 2018. E vai polarizar em 2022!”.
Segundo Lula, a esquerda brasileira “conhece muito mais sobre os heróis da revolução russa, cubana e chinesa, do que os nossos próprios heróis”.
Não é difícil descobrir quem ele quer que “a esquerda” tenha como herói.
O líder da bancada do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), criticou a declaração de Lula, de que o PT não nasceu para dar apoios. “Desse hegemonismo ninguém nunca duvidou. O caos que reina em nosso país é consequência disso. Mas o recado está dado…”, disse o líder do PDT.
André Figueiredo condenou a declaração de que o PT não vai dar lugar a ninguém na disputa eleitoral. “Pois é. É essa “unidade” que vai reconstruir o Brasil destruído por essa polarização irresponsável?”, questionou.
Segundo o deputado, o PDT “tem outro rumo!”.