O secretário da Fazenda do Governo de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou, em coletiva à imprensa na sexta-feira (8), quando do anúncio da ampliação da quarenta no estado até 31 de maio pelo governador João Doria, que “existe um equivoco que está permeando diversos setores de opinião no Brasil, de que o isolamento social ou quarentena, ou ainda o distanciamento social, qual o nome que se dê, está causando a crise econômica”. Para o ex-presidente do Banco Central, “ao contrário, a crise é causada pela pandemia. Isso parece óbvio, mas no discurso de muitos, inclusive nas esferas de poder, estão exatamente agindo na direção contrária”.
“O que afeta a economia é a pandemia, não são as medidas para combater a pandemia, e o resultado das experiências que já estão acontecendo em diversos países do mundo – de países que estão mais avançados na curva de contaminação, que já passaram pelo pico e pela queda da atividade econômica – a economia começa a retomar depois que se passa o pico e a pandemia começa a dar sinais que, de fato, esta controlada”, disse Meirelles.
“O isolamento social, o distanciamento que estão chamando de quarentena, ele tem por finalidade combater o mais eficazmente a contaminação e consequentemente beneficia a economia”, reforçou.
“Experiências históricas mostram que cidades, estados ou regiões ou países que adotaram a quarentena, com maior vigor e com maior rapidez, foram o que se recuperaram mais rapidamente do ponto de vista econômico, então nós temos, sim, que fazer a extensão da quarentena, da maneira mais rigorosa possível, disciplinada, não só para a quarentena possa ser gradualmente liberalizada, mas por uma questão objetiva, econômica.”
“Quanto mais rápido for controlada a evolução dos casos, mais rápido sairemos da crise, mais rápido vamos recuperar os empregos e a renda e a realidade e a sobrevivência das empresas”, disse.
“Isso falando de economia, sem mencionar um aspecto do direito básico do ser humano, que é a vida, mas deixando claro que essa é a melhor estratégia para que o estado de São Paulo e para o país poderem voltar a normalidade econômica”.
“Quanto mais rigorosa, quanto mais disciplinada e quando mais baseada em dados científicos, como as ações do governo de São Paulo, é melhor e mais rápido nós vencermos a pandemia e em consequência vencer a crise econômica. Esse sequenciamento é fundamental”, afirmou Meirelles.
Ele citou o Reino Unido como exemplo de um país que demorou a adotar com rigor a quarentena. “Eu vi um relatório impressionante do Banco Central inglês dizendo que espera uma queda de 14% do PIB no Reino Unido, porque demorou muito e o impacto na economia é maior”.
“Quanto mais rápido for controlada a evolução dos casos, mais rápido sairemos da crise, mais rápido vamos recuperar os empregos e a renda e a realidade e a sobrevivência das empresas”.