Baixaria contra primeira-dama foi caracterizada como covarde e criminosa. Polícia Federal já está no encalço dos milicianos fascistas escondidos atrás das redes sociais
A primeira-dama, Janja Lula, usou as redes sociais nesta terça-feira (12) para publicar uma nota sobre o ataque hacker sofrido por ela em sua rede social. “É comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente”, disse ela.
O hacker que invadiu a conta da primeira-dama na segunda-feira (11) por volta das 21h30 fez publicações ofensivas contra Janja, o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Por volta das 22h, os hackers publicaram um vídeo detalhando o ataque. Uma voz masculina diz que está “ciente que a Polícia Federal está investigando isso aqui, mas eu não tô nem aí. Eu sei que vai dar alguma coisa, talvez não dê, talvez dê, depende do sistema judiciário desse país que é quebrado, por sinal, e eu sou um cara que julga muito que as leis desse país são frágeis, são uma porcaria e que só tem político roubando”, dizia um trecho.
A conta foi bloqueada a pedido da Polícia Federal, que vai investigar o crime. Segundo o diretor-geral da PF, Andrei Passos, a instituição já está atuando no caso e que uma investigação preliminar está em curso.
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, afirmou que os responsáveis serão identificados e não ficarão impunes. “Os covardes que compartilham e comentam destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados”, publicou Pimenta. A Secom também emitiu uma nota repudiando a invasão. A Secretaria afirmou que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas.
A primeira-dama também se manifestou após o ataque. “Na noite de ontem, os ataques de ódio e o desrespeito que eu sofro diariamente chegaram a outro patamar. Minha conta do X foi hackeada e, por minutos intermináveis, foram publicadas mensagens misóginas e violentas contra mim. Posts machistas e criminosos, típicos de quem despreza as mulheres, a convivência em sociedade, a democracia e a lei”, escreveu.
“Eu já estou acostumada com ataques na internet, por mais triste que seja se acostumar com algo tão absurdo. Mas a realidade é que a internet é um espaço potente para o bem e para o mal. E é comprovado que nós, mulheres, somos as que mais sofrem com os ataques de ódio aqui nas redes. O que eu sofri ontem é o que muitas mulheres sofrem diariamente”, prosseguiu.
“Mulheres no Brasil inteiro são vítimas de ataques machistas, que tomam conta das redes sociais e muitas vezes saem dela, acabando em agressões físicas e feminicídios. Milhares de mulheres perdem ou até tiram a própria vida a partir de ataques como o que sofri na noite de ontem”, disse Janja. “Agradeço todas as manifestações de solidariedade e apoio que tenho recebido desde então. Eu sei, e é sempre bom relembrar, que não estamos sozinhas”, completou.