“Isso tudo que nós fizemos é apenas o início, mas isso não basta. Nós vamos ter que fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado”, continuou o presidente, demonstrando estar ciente dos problemas que tem pela frente
O presidente Lula afirmou, na manhã desta segunda-feira (18), na abertura da primeira reunião ministerial ampla de 2024, que as medidas tomadas pelo governo até agora são “apenas o início”, e que a equipe ainda tem que fazer “muito mais”. Ele disse que todo mundo sabe “como é que nós pegamos esse país. Ministérios destruídos, sem pessoas e sem verba. Nós tivemos que reconstruir tudo isso nesses um ano e três meses”.
“Mas todo mundo sabe também que ainda falta muito para gente fazer. Por mais que a gente tenha recuperado Farmácia Popular, Mais Médicos, por mais que a gente tenha feito clínica, a gente ainda tem muito para fazer em todas as áreas. E muito não é nada estranho. É tudo aquilo que nós nos comprometemos a fazer durante a disputa eleitoral”, disse o presidente, destacando que o governo vai fazer todo o esforço para acelerar as realizações.
“Isso tudo que nós fizemos é apenas o início, mas isso não basta. Nós vamos ter que fazer muito mais, porque o Brasil estava totalmente abandonado”, continuou. “Nós já gastamos um ano e três meses do nosso mandato. E vocês percebem o quão pouco nós fizemos e, ao mesmo tempo, o quão muito nós fizemos”, continuou Lula. O encontro ocorreu no Palácio do Planalto, e foi convocado em meio à divulgação de pesquisas de avaliação de Lula, que apontaram queda na aprovação de seu governo.
Assista à reunião ministerial desta segunda-feira (18)
Presidente Lula durante reunião ministerial https://t.co/hLNF25IHHL
— Lula (@LulaOficial) March 18, 2024
Antes de passar a palavra para o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para o balanço das decisões tomadas, Lula também admitiu que, às vezes, cortes de recursos são necessários, mas que o governo terá que fazer um “trabalho imenso” para repor verbas e avançar nos projetos. “Muitas vezes tem a necessidade de estar cortando, mas nós vamos ter que fazer um trabalho imenso para repor, porque sem dinheiro os ministérios não funcionam. E nós precisamos garantir que os ministérios funcionem”, disse, estimulando os presentes a cobrarem de Fernando Haddad e Simone Tebet.
Lula falou também sobre a defesa da democracia e comentou as últimas descobertas da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe por parte de Bolsonaro. “A gente já sabe o que aconteceu no mês de dezembro. Hoje a gente tem clareza por depoimentos de gente que fazia parte do governo dele ou que estava no comando, inclusive, das Forças Armadas, de gente que foi convidada pelo presidente para fazer um golpe”, disse. “E não teve golpe não só porque algumas pessoas que estavam no comando das próprias Forças Armadas não quiseram fazer, não aceitaram a ideia do presidente”, acrescentou.
“Ele [Bolsonaro] não teve coragem de executar aquilo que ele planejou, ele ficou dentro de casa, aqui dentro do palácio, chorando quase que um mês. E preferiu fugir para os Estados Unidos do que fazer o que ele tinha prometido, na expectativa de que fora do país o golpe poderia acontecer porque eles financiaram as pessoas nas portas dos quartéis para tentar estimular a sequência do golpe”.
“Nós sabemos que houve a tentativa de um golpe neste país. Quem tinha dúvida agora pode ter certeza de que por pouco a gente não voltou aos tempos tenebrosos neste país que as pessoas achavam que apenas com golpe, com a participação de alguns militares, poderiam ganhar o poder neste país. O povo foi mais sábio, foi mais corajoso”, assinalou.
Lula criticou também a manipulação da religião no país e disse que a fé está sendo “manipulada de forma vil e baixa” no Brasil, e que isso precisa mudar. O presidente defendeu que a democracia tem que avançar.
“Um país em que a religião não seja instrumentalizada como um instrumento político de um partido político ou de um governo. Que a fé seja exercitada na mais plena liberdade das pessoas que queiram exercê-la. A gente não pode compreender a religião sendo manipulada da forma vil e baixa como está sendo neste país”, argumentou.
Ao final, antes de passar a palavra para Rui Costa, Lula defendeu as realizações de seu governo. “Então é importante vocês prestarem atenção nos números que o Rui Costa vai apresentar porque eu acho que vocês vão ficar surpresos com o que aconteceu nesse país, contra o pessimismo muitas vezes vendido através de determinados editoriais, de determinados meios de comunicação”, afirmou.
“Vocês vão perceber a surpresa para aqueles que não acreditam no que está acontecendo nesse país. Esse país vai crescer mais em 2024, cresceu mais em 2023, vai crescer mais em 2025 e vai crescer mais em 2026. E esse crescimento significa que o povo vai melhorar de vida, e isso é tudo aquilo que nós queremos, e por isso estamos no governo”, finalizou o presidente.
Na sexta-feira (15), Lula afirmou ter “consciência” de que as pesquisas indicam que ele estava “aquém do que o povo esperava”. Em discurso no Rio Grande do Sul, ele disse que estava “tudo bem”. “A imprensa me perguntou: ‘O Lula perdeu popularidade’. E eu falei: ‘Tudo bem’. É porque eu estou aquém do que o povo esperava que eu estivesse, eu não estou cumprindo aquilo que prometi. E eu tenho consciência que não estou cumprindo.”
Lula declarou, ainda, que o governo começará a colher neste ano resultado de programas lançados em 2023. “É esse ano que a gente começa o que a gente plantou o ano [de 2023] inteiro. Esse ano que a gente vai começar a colher tudo o que nós prometemos fazer”, disse.