Líder do PCdoB participou do debate sobre os juros no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na manhã desta sexta-feira (14)
A deputada federal Jandira Feghali (RJ), líder da bancada do PCdoB na Câmara, defendeu que o Congresso Nacional precisa discutir a exoneração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por não cumprir com os deveres instituídos pela lei da autonomia.
Em debate realizado no 59º Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), na manhã desta sexta-feira (14), a parlamentar denunciou que “o que se paga de juros é o dobro do que se paga em Saúde e Educação”, o que decorre da taxa básica de juros (Selic) definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), órgão do BC.
Atualmente, com os juros nominais em 13,75% e a inflação em 3,16%, os juros reais estão em 10,59%. O Brasil é o país com o maior juro real do mundo.
Para Jandira Feghali, a redução dos juros “é a bandeira tática mais importante da conjuntura brasileira”.
A lei que determinou a autonomia estabelece como objetivo do Banco Central “fomentar o pleno emprego”, o que não está sendo feito por Roberto Campos Neto, indicado por Bolsonaro.
O texto prevê que a exoneração do presidente do BC pode acontecer caso comprovado “desempenho insuficiente para o alcance dos objetivos” estabelecidos pela lei.
Jandira defendeu ainda a construção de um projeto de desenvolvimento nacional, com foco em indústria, educação e cultura.
Esse projeto, disse, precisa se contrapor ao neoliberalismo instalado no Brasil ao longo das últimas décadas, que busca reduzir os investimentos e impedir o desenvolvimento econômico do país.
A deputada falou que as universidades de todo o país precisam se engajar no debate dessas ideias.
No debate, Jandira também reafirmou a necessidade da frente ampla para derrotar o fascismo no Brasil. Apesar da vitória eleitoral sobre Bolsonaro, o fascismo segue vivo e atuante, explicou.
Na avaliação da parlamentar, sem a frente ampla, Jair Bolsonaro venceria as eleições de 2022.
Jandira Feghali, que é membro da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Golpe, declarou que Jair Bolsonaro é o mandante dos planos e das tentativas de golpe contra a democracia que estão sendo descobertos nas investigações.
“Ataques contra a democracia são imperdoáveis. Espero que a CPMI consiga levar o Bolsonaro para a cadeia”, apontou.
Quando uma pequena parcela do público presente reclamou da defesa da frente ampla feita por Jandira, a parlamentar respondeu que “contra o fascismo, o isolamento nos derrota”.
P. B.