O presidente eleito do México, López Obrador, afirmou que a vitória da coalizão encabeçada pelo seu partido, Movimento de Regeneração Nacional, Morena, foi tão contundente que o país vive um momento estelar, mas acrescentou: “Ainda não há vitória final; ela se realizará quando não haja corrupção, violência e se consiga a reconciliação nacional. Falta demonstrar que se pode governar com o povo”.
Em sua participação durante o Quinto Congresso Nacional Extraordinário do Morena, afirmou que “a transformação do país será pacífica, mas profunda; ordenada, mas radical. Vamos arrancar pela raiz o regime de corrupção e privilégios”.
Obrador convidou seus correligionários a iniciar, em primeiro de dezembro, dia da posse, a construção de um novo país.
Pediu aos legisladores que não ouçam o canto de sereias dos que pretendem comprá-los, que não caiam nas práticas de entrega do patrimônio nacional de outros partidos. “Não podem e não devem se pendurar nos cargos públicos. Que não haja corrupção, amiguismo, sectarismo, nepotismo, nenhuma dessas manchas da política. Não é mais do mesmo”, ressaltou.
Reiterou que na metade do mandato presidencial – em 3 anos – o país deixará de comprar gasolina no estrangeiro. AMLO, como Obrador também é chamado, afirmou que modernizará as seis refinarias do país para que operem a plena capacidade em dois anos. Também planeja construir uma nova refinaria em Dos Bocas, no sul do Estado de Tabasco, com investimento de 8,6 bilhões de dólares ao longo de três anos. Atualmente as unidades funcionam com 40% a menos de sua capacidade, produzindo apenas 1.9 milhões de barris/dia de refinados.
Disse ainda que resgatará a indústria elétrica, que não haverá aumentos abusivos de combustível, nem subirão os impostos em termos reais.
Entre os projetos prioritários. estão o emprego para 2.3 milhões de jovens; o plantio de um milhão de hectares de árvores frutíferas e de produção de madeira; cestas básicas a todos os que as necessitem; apoio a produtores do campo; atenção imediata aos danificados pelos sismos; a construção do Trem Maia, e o desenvolvimento do Istmo de Tehuantepec.
“Alguns dizem que são promessas vãs, mas é porque não querem enxergar que todo governo tem prioridades, para uns o centro é manter a ordem que existe, para nós é o desenvolvimento, a soberania em favor do povo”, assinalou, lembrando que durante a campanha pela Presidência definiu que o processo de luta tinha duas etapas e que, uma vez resolvida a primeira, “agora falta o importante, demonstrar que sim é possível governar com o povo, com respeito às liberdades e garantir a todos o direito a viver com bem-estar e a ser felizes”.
Agradeceu os intelectuais, jornalistas e escritores que se mobilizaram pelas mudanças, mas ressaltou como fundamental na luta os jovens, dos movimentos sociais e políticos integrados por camponeses, operários, estudantes, professores, ferroviários e defensores de direitos humanos e outras causas.