O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, afirmou que o Fundo Monetário Internacional (FMI), com suas imposições de arrocho, não vai mais decidir a política econômica do país, como ocorria durante os governos anteriores.
“Eles já não vão decidir sobre a agenda do México, isso já acabou”, afirmou. Obrador denunciou que o FMI “causou muitas desgraças no México” durante o período de 1988 a 2018, e manifestou não confiar no organismo internacional, ao qual acusou de impulsionar medidas contrárias ao interesse do país.
As declarações do presidente ocorreram depois que o FMI, em seu último Relatório de Perspectivas Econômicas Mundiais, diminuiu as expectativas de crescimento econômico do México para 0,9% do Produto Interno Bruto até o final de 2019, número inferior ao 1.6% que havia estimado em abril.
Em coletiva de imprensa, López Obrador assinalou que organismos como o FMI deveriam pedir desculpas aos mexicanos, por fomentar uma política econômica que advogou pelas privatizações e o denominado ‘livre mercado’, medidas que derivaram em uma crise de desigualdade social sem precedentes.
Em seu relatório, o FMI disse que era baixa a classificação de crédito do México, país onde, segundo avalia, “o investimento continua fraco e o consumo privado desacelerou, como resultado da incerteza política, deterioração da confiança e aumento dos custos dos empréstimos, que poderiam continuar a aumentar”.
Nessa ocasião o presidente mexicano contestou a avaliação do FMI e manteve a sua de que a economia de seu país crescerá 2% este ano e frisou: “Quais foram as reformas estruturais do FMI? A destruição das empresas petroquímicas. Quais foram as propostas do FMI, suas receitas? Fizeram com que a insegurança e a violência fossem desencadeadas. Então, como ficam por aí opinando? Que autoridade moral têm?”
“Convoco os do Fundo Monetário Internacional, os especialistas, os tecnocratas, os nostálgicos do neoliberalismo a que vejamos se é a mesma coisa seu crescimento que desenvolvimento, porque nós já não vamos utilizar só como parâmetro o seu caráter de crescimento”, continuou.
Ele esclareceu que “crescimento é quando se gera riqueza, mas pode ser que esse crescimento signifique só acumulação de riqueza para uns poucos… então temos que ver”.
E sublinhou: “precisamos ter novas formas de medir o desenvolvimento de modo que é necessário adicionar os indicadores de salário, poder aquisitivo, emprego, distribuição de riqueza, acesso à educação, saúde, moradia e cultura.