“O fim do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) não pode ser fatal aos mexicanos, nosso país tem muitos recursos naturais, muita riqueza”, afirmou o candidato a presidência do México, Manuel López Obrador, durante o último debate, terça-feira (12), na cidade de Mérida, antes das eleições do presidenciais do 1º de julho.
Ao discorrer sobre a possibilidade da não renegociação para a continuação do Nafta, Obrador afirmou que é possível redirecionar a economia para o mercado interno, bem como ressuscitar a economia rural. O candidato lidera as pesquisas presidenciais do país, e durante todo o debate manteve a calma diante dos ataques de seus rivais.
O Nafta, que iguala as condições de comércio entre economias diferentes, acaba privilegiando os EUA, por sua economia mais desenvolvida e com mais condições de financiamento de seus produtos para exportação.
Apesar disso, alguns setores empresariais norte-americanos, a exemplo da produção de aço se dizem prejudicados pelas importações. Isso tem levado o atual presidente, Donald Trump, a modificar as tarifas sobre importação de aço e alumínio. Ou seja, a ‘liberdade de comércio’ só é justa quando serve para tirar proveito das relações com os outros países, quando são os demais países que tiram algum proveito, mínimo que seja, aí o jogo não vale mais).
Obrador tem reiterado sua política industrializante com base na riqueza nacional representada pelo petróleo, e assumiu o compromisso de que até o terceiro ano de seu governo, o México terá nacionalizado a produção de gasolina, não mais importando combustível do estrangeiro. Para isso reabilitará as seis refinarias existentes no país, bem como construirá outras duas. Ele também disse que colocará um fim nas vendas de petróleo cru para o estrangeiro, internalizando todo o processo de refino.
Além dos grandes projetos ligados ao petróleo, o candidato tem condenado e denunciado a corrupção do atual governo de Enrique Peña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional.
Mas Obrador deixou a porta aberta ao “investimento” estrangeiro em outros setores da economia que não o de derivados de petróleo.