O presidente eleito do México, Andrés Manuel López Obrador (AMLO), declarou que priorizará a revisão da Reforma Energética através da qual o atual presidente, Peña Nieto, sucateou a estatal Petróleos Mexicanos, PEMEX. “Em um mês vamos ter o plano de quando e onde vai se iniciar a construção de novas refinarias e a reabilitação das seis que existem atualmente e estão abandonadas e que requerem reconfiguração e modernização para processar mais petróleo cru”, disse Obrador em sua sede de campanha de onde organiza a transição presidencial.
AMLO, eleito com 53, 7% dos votos, declarou que pretende investir 6 bilhões de dólares para construir duas refinarias nos estados de Campeche e Tabasco, no Golfo de México, para reduzir a injustificável importação de quase 60% da gasolina que se consome no país.
“Não podemos só exportar o petróleo cru e comprar de fora o refinado. E além disso, está caindo a produção de petróleo; e não se pode refinar se não se tem o petróleo”, disse o líder que se opôs abertamente à reforma energética ‘constitucional’ que pôs fim ao monopólio da indústria petroleira que durou oito décadas e já foi a base do desenvolvimento do país.
“A estatística que temos que reverter é dolorosamente reveladora. A produção de petróleo tem vários anos consecutivos de queda”, afirmou Rocío Nahle, já nomeada para ocupar o Secretaria (equivalente ao nosso ministério) de Energia do próximo governo.
Indicou que hoje o Sistema Nacional de Refino (SNR), integrado por seis refinarias, opera unicamente com 40% de sua capacidade, quando há apenas dez anos, em 2008, estava operando acima de 90% da capacidade. Enquanto isso, o México é atualmente o maior mercado das refinarias dos Estados Unidos e suas compras de gasolina e diesel cresceram rapidamente nos últimos anos. 75% de todo o combustível que se consome hoje no país provém das refinarias dos EUA, segundo dados da PEMEX.
“As regras do jogo vão mudar. Corrupção zero e impunidade zero. As empresas que têm demonstrado que seu ADN é corrupto, vão ser julgadas. Vamos fazer com que se respeitem as regras e retomar a produção e o refino de petróleo”, sublinhou Javier Jiménez Espriú, próximo titular da pasta de Comunicações e Transportes.