O Brasil foi a única grande economia que apresentou desaceleração no primeiro trimestre de 2021, apontou o sistema de indicadores compostos avançados (CLIs) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nesta terça-feira (13). Neste período, enquanto a maioria dos países do mundo estavam emitindo moeda ou expandindo o seu endividamento interno para financiar o combate ao coronavírus e também estimular a retomada do crescimento econômico, o governo Bolsonaro continuou negando a gravidade da pandemia e buscou aprofundar cortes de recursos públicos para cumprir metas de arrocho fiscal.
Os indicadores para o Brasil declinaram 0,32 ponto em março, na comparação com fevereiro – a única nota negativa entre as maiores economias monitoradas pela OCDE. A pontuação brasileira, que era de 103,6 em janeiro, caiu para 103,5 em fevereiro e agora para 103,1.
No mês passado, entre as principais economias emergentes, os indicadores para a Índia, Rússia e o setor manufatureiro da China continuaram a se expandir em um ritmo constante, “mas no Brasil o CLI aponta para uma desaceleração do crescimento”, alertou a OCDE.
Para os EUA, o indicador mostra que o ritmo de crescimento continua a crescer, impulsionando a expansão da confiança do consumidor. Já para o Japão, Canadá, Alemanha e Itália, os indicadores apontam para um aumento constante. Na França e no Reino Unido, os CLIs sinalizam um crescimento estável.
O sistema de indicadores antecedentes compostos (CLIs) da OCDE é projetado para fornecer sinais precoces de pontos de inflexão em ciclos de negócios, mostrando flutuação da atividade econômica em torno de seu nível potencial de longo prazo. A OCDE ressaltou ainda que os indicadores devem ser interpretados com cuidado, uma vez que as medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19 e o progresso das campanhas de imunização poderão gerar flutuações maiores do que o normal nos componentes.
Todavia, diante do negacionismo de Bolsonaro, que levou ao agravamento da pandemia e ao baixo ritmo de vacinação da população, as previsões para economia brasileira são péssimas, e economistas já consideram que o Brasil encerre o primeiro semestre de 2021 com queda na sua produção interna (PIB), desemprego em nível recorde elevado e inflação.