“E não quer que domésticas possam viajar”, afirmou Deborah Duprat
“Paulo Guedes está propondo que servidores não mais existam e as empregadas nunca possam viajar”, denunciou Deborah Duprat, procuradora da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão que compõe o Ministério Público Federal (MPF).
O ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes, durante evento realizado no dia 7 de fevereiro, disse que os servidores públicos são como “parasitas” para o país e que estão fazendo o hospedeiro morrer.
No dia 12, celebrou a alta do dólar, dizendo que antes estava “uma festa danada”. “Todo mundo indo para a Disneylândia, empregada doméstica indo para Disneylândia”.
Para Deborah Duprat, “é muito grave um ministro de Estado afirmar que o servidor público é um parasita como categoria e que trabalhadora empregada doméstica está viajando demais a Disneylândia”.
“Contudo, isso não está restrito às suas declarações. Paulo Guedes está propondo, de fato, que isso aconteça. Ou seja, que esses ‘parasitas’ não mais existam e que as empregadas nunca possam viajar”, disse ao UOL.
Com os ataques aos servidores “tenta-se transmitir a ideia que nós temos uma máquina enorme, que suporta uma quantidade absurda de pessoas inúteis. No entanto, o INSS não está conseguindo atender as pessoas com o efetivo que tem, causando longas filas de espera por benefícios”, afirmou.
Um dos planos de Guedes e de instituir, através da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186, um teto para os gastos obrigatórios com os servidores. Dessa forma, não haveria progressão na carreira e nem novas contratações.
“Como proibir concursos para o Incra, a Funai, a fiscalização ambiental, o INSS no estado em que estão as instituições, encolhidas? Reduzir ainda mais a administração pública seria comprometer seriamente serviços públicos em um país que não conseguiu superar seus índices alarmantes de desigualdade”, respondeu a subprocuradora.
Deborah acredita que Guedes quer diminuir os gastos com servidores para aumentar os com os juros da dívida pública, ou seja, para transferir dinheiro para o mercado financeiro.
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