O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse, na segunda-feira (18), que nunca defendeu o “tratamento precoce” com cloroquina e ivermectina para infectados por coronavírus. No entanto, ofício interno e aplicativo do Ministério da Saúde recomendando cloroquina, entre outras drogas não recomendas no tratamento da Covid-19 demonstram que o ministro mentiu.
Depois de ter defendido inúmeras vezes o uso dos medicamentos, que não tem efeito nenhum contra a Covid-19, o ministro do governo Bolsonaro fala que, na verdade, defendia o “atendimento precoce” por um médico.
“Atendimento é uma coisa, tratamento é outra. Como leigos, às vezes falamos o nome errado. Mas temos que saber exatamente o que queremos dizer: atendimento precoce”, disse o ministro.
Em maio de 2020, enquanto era ministro interino, Pazuello assinou um documento que indicava o uso da hidroxicloroquina desde os primeiros sintomas da Covid-19.
Em sua posse como ministro efetivo, Pazuello fez propaganda da droga mostrando uma caixa para os presentes.
No site do Ministério da Saúde existe um guia para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19” que orienta os médicos a receitarem cloroquina para os pacientes.
Na última semana, enquanto estava em Manaus, Pazuello lançou o aplicativo TrateCOV, de uso exclusivo dos trabalhadores da saúde, que indica o uso de hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina a depender do nível de sintomas do paciente. Nenhuma das substâncias tem eficácia comprovada contra a Covid-19.
Mesmo assim, o ministro de Jair Bolsonaro disse agressivamente para uma repórter: “a senhora nunca me viu receitar ou dizer, colocar para as pessoas tomarem este ou aquele remédio. Não aceito a sua posição”.
Pazuello já foi humilhantemente desautorizado por Bolsonaro quando se comprometeu, em outubro, perante 24 governadores de Estados a adquirir 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan.
Contudo, no outro dia, Bolsonaro desmentiu seu ministro da Saúde e disse que jamais compraria a CoronaVac. Segundo ele, na ocasião, mesmo que a Coronavac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, fosse aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ele não a compraria. “O povo não será cobaia de ninguém”, disse.
“A (vacina) da China nós não compraremos, é decisão minha. Eu não acredito que ela transmita segurança suficiente para a população. Esse é o pensamento nosso. Tenho certeza que outras vacinas que estão em estudo poderão ser comprovadas cientificamente, não sei quando, pode durar anos”, afirmou Bolsonaro.
A resposta de Pazuello à desautorização de Bolsonaro foi: “É simples assim: um manda e o outro obedece”.
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Este desgoverno é um verdadeiro bicheirão nada funciona seus ministros atuam como pau mandado e fazem tudo errado obedecendo a coisa mais incompetente do planeta terra é um ourou.