A Organização de Libertação da Palestina, OLP, condenou, na quarta, dia 19, o assassinato de mais seis palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, por parte das tropas de ocupação israelenses.
“O assassinato deliberado de seis palestinos por forças israelenses nas últimas 24 horas é mais uma escalada na brutalidade e desumanidade da ocupação israelense”, afirma a professora Hanan Ashrawi, integrante do Comitê Executivo da OLP.
O morador da aldeia de Beit Rima, Cisjordânia, Muhammad Zaghloul Rimawi, de 24 anos, foi atacado e espancado até a morte por soldados israelenses no meio da noite. Também na Cisjordânia, desta vez no campo de refugiados palestinos de Qalandia, foi morto com um tiro a sangue frio no momento em que ele se defendia de uma agressão por parte de um assaltante de terras israelense dentro da Jerusalém Árabe ocupada.
Os jovens Muhammad Ahmad Abu Naji e Ahmad Muhammad Muhsin Omar, foram mortos na Faixa de Gaza enquanto participavam pacificamente de uma demonstração contra o bloqueio ilegal a Gaza, que já dura 11 anos. Um bombardeio na noite de quarta, sobre a região sul da Faixa de Gaza atingindo Naji Jamil Abu Assi, de 18 anos e Alaa Ziyad Abu Assi, de 21.
“Estimulados pelo total apoio do governo norte-americano, Israel deu mais passos na sua criminalidade e na política de execuções sumárias alcançando vítimas inocentes com crueldade e impunidade deliberadas”, declara ainda Ashrawi.
“Esse descaso e desvalorização das vidas palestinas deve ser firmemente questionado pela comunidade internacional”, prosseguiu a dirigente palestina.
Ashrawi foi encarregada pela OLP de dirigir um apelo à Corte Criminal Internacional de Haia para que ação imediata – em termos de uma investigação aberta e criminalística com relação a estes disseminados e flagrantes crimes de guerra e crimes contra a humanidade em toda a Palestina ocupada – seja encetada.
Ashrawi também se dirigiu à Conferência das “Partes Contratantes” [países signatários] da Quarta Convenção de Genebra e à ONU para que “Israel seja responsabilizado pelas violações constantes e fora da lei e que medidas e sanções punitivas sejam tomadas”.
Ashrawi destaca que estes assassinatos são “mais uma prova de que os palestinos requerem proteção urgente da campanha criminos e da ocupação de décadas”.
“A solução real continua sendo o fim da ocupação e que se permita ao povo palestino o exercício de seu direito de autodeterminação em um Estado livre e soberano em sua própria terra, com Jerusalém como sua capital”.
Na contramão do crescente repúdio internacional aos crimes israelenses e a usurpação de terras e direitos dos palestinos, o governo Trump, após premiar a ocupação, em iniciativa que difere de todos os países do mundo, moveu recentemente sua embaixada para Jerusalém e declarou reconhecer a cidade (inclusive a parte árabe ocupada) como capital de Israel. Além disso, cortou a participação dos EUA no apoio à Agência da ONU de Suporte aos Refugiados Palestinos (UNRWA, sigla em inglês), que atende centenas de milhares, financia escolas e hospitais aos refugiados palestinos e, agora, decretou o fechamento da missão diplomática palestina em Washington e de forma abrupta informou ao representante palestino nos Estados Unidos, Hussan Zomlot, que ele e seus familiares não mais têm residência legal no país, forçando Zomlot a determinar a saída imediata dos seus familiares dos Estados Unidos.
O secretário-geral da OLP, Saeb Erekat, declarou que os EUA “tentam claramente despojar os palestinos de seus direitos e retirar a Palestina da comunidade internacional”. Enquando isso, Israel, entupida de armamentos norte-americanos, segue atacando a Síria, para dar fôlego aos terroristas que fracassaram, mesmo com farto apoio dos EUA, em seu intento de derrubar o governo popular de Bashar Al Assad.
NATHANIEL BRAIA