Fome bate na porta do brasileiro: queda no consumo nos supermercados e troca do tradicional arroz com preços na lua por batata
A carestia nos preços dos alimentos está atingindo em cheio a mesa da população brasileira. As vendas nos supermercados caíram 5,12% em junho em relação a maio. A carne já havia sumido dos lares do país sendo substituído pelo ovo.
O preço do óleo de soja, ingrediente necessário para preparar os alimentos, quase dobrou de preço, subindo 91,8% em um ano, segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Uma das causas desses aumentos descontrolados de preços para o consumidor brasileiro é a falta de estoques reguladores do governo.
Com os preços dolarizados e a simultânea desvalorização da moeda nacional, os produtos desaparecem do mercado brasileiro e são exportados sem que o governo Bolsonaro tome qualquer providência para garantir o abastecimento interno.
A dolarização eleva também os preços praticados internamente. É o que ocorre com o arroz, base do prato dos brasileiro. O arroz teve um aumento de 50,1% em doze meses.
Com o desemprego recorde e a renda reduzida, não há como conseguir acompanhar esta explosão nos preços. Sem outra solução, donas de casa têm substituído o tradicional arroz no prato dos filhos por batata.
Além do óleo de soja e do arroz, a Abras destaca que entre os produtos que mais aumentaram de preço no acumulado de 12 meses estão as carnes (veja gráfico abaixo). Mas o habitual café com leite com açúcar também ficou bem mais caro e até o ovo que vem substituindo a carne já está mais caro.
Boa parte da população já não conseguia nem cozinhar seus alimentos em razão do preço absurdo do gás de cozinha, vendido por até R$ 130 o botijão. Agora, são o próprios alimentos que estão sumindo ao se tornarem proibitivos.
O preço da cesta Abrasmercado composta pelos 35 produtos mais vendidos nos supermercados, que, além de alimentos, é composta por produtos de higiene e limpeza, subiu 1,34% em junho em relação a maio, subindo para R$ 662,17, e 22,1% em relação a junho de 2020. No primeiro semestre, a alta já é de 4,28%.