Uma criança menor de 15 anos morre a cada 5 segundos no mundo – 15 mil por dia -, vítima de doenças que poderiam ser evitadas, o equivalente a 6,3 milhões de pequenos que perderam a vida somente no ano passado, a grande maioria, 5,4 milhões, durante os primeiros cinco anos, quase a metade recém-nascidas, alertou a Organização Mundial de Saúde (OMS). De acordo com o informe da OMS divulgado na última segunda-feira, caso não sejam tomadas medidas urgentes, entre 2018 e 2030 morrerão 56 milhões de crianças, a metade delas recém-nascidas.
Para Nono Simelela, diretora geral de Saúde da Família, da Mulher e da Criança da OMS, com investimentos, “milhões de bebês e crianças não estariam morrendo todos os anos por falta de acesso a água, saneamento, nutrição adequada ou serviços básicos de saúde”. “Devemos priorizar o fornecimento de acesso universal a serviços de saúde de qualidade para todas as crianças, particularmente na época do nascimento e nos primeiros anos, para que elas tenham a melhor chance possível de sobreviver e prosperar. São soluções simples como garantir remédios, água potável, eletricidade e vacinas”, enfatizou.
“Nos menores de cinco anos as enfermidades jogam um papel muito importante e, para reduzir suas taxas, a intervenção mais fácil e direta é a imunização, que serve para reduzir o número de mortes. Quando se alcança este objetivo, as principais causas da morte são pneumonia e diarreia, que são razoavelmente fáceis de tratar, porém se necessita de uma maior intervenção dos sistemas de saúde para se enfrentar”, acrescentou Mark Hereward, diretor do setor de Investigação de Dados e Políticas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo o levantamento da OMS, o período mais arriscado da vida para todas as crianças, é o primeiro mês, independentemente do local. No ano passado, 2,5 milhões de recém-nascidos morreram no primeiro mês, quando um bebê nascido na África subsaariana ou no sul da Ásia tinha nove vezes mais chances de perder a vida do que um bebê nascido em um país de alta renda.
Mesmo internamente dentro do conjunto dos países, aponta a OMS, as disparidades persistem. Com menos de 5 anos, as taxas de mortalidade entre crianças em áreas rurais são, em média, 50% mais altas do que em áreas urbanas. A falta de instrução das mães agrava ainda mais o problema, fazendo com que os pequenos tenham duplicada a sua probabilidade de morrer antes de completar 5 anos do que os das com ensino secundário ou superior.