A capital do Amazonas, Manaus viveu uma madrugada de horror neste último domingo (6). Criminosos incendiaram 14 ônibus do transporte público municipal, duas viaturas policiais e uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Armados, os bandidos renderam passageiros, motoristas e os obrigaram a sair do ônibus. Em seguida, atearam fogo usando gasolina. Ninguém ficou ferido.
Já os funcionários da ambulância do Samu também foram roubados. Até agora, os socorristas eram considerados intocáveis pelo tráfico e tinham autorização para fazer resgate de baleados nas chamadas zonas vermelhas da cidade.
Por conta dos ataques, registrados em 11 bairros de Manaus, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública), as empresas de ônibus retiraram a frota de circulação pela manhã da segunda-feira (7), sem previsão de volta.
A Secretaria Municipal de Saúde também suspendeu a vacinação contra a Covid-19 nos postos de imunização de Manaus. A suspensão foi decidida para “garantir a segurança de servidores e da população” diante do cenário de conflitos.
Os ataques seriam uma represália de integrantes do Comando Vermelho, após o assassinato de uma liderança da facção criminosa pela Polícia Militar (PM). No último sábado (5), homens da Rocam (Rondas Ostensivas Cândido Mariano) mataram o líder do CV Erick Batista Costa, o “Dadinho”. A facção de origem carioca controla o tráfico e os presídios do Amazonas desde janeiro de 2020, após derrotar a rival FDN (Família do Norte), esta responsável pelos massacres nos presídios de Manaus em 2017 e 2019.
Também foram registrados ataques em outras duas cidades, Careiro Castanho (a 124 km de Manaus) e em Parintins (369 km da capital).
31 presos
Segundo o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates, foram feitas 31 prisões de suspeitos de participação nos ataques em Manaus e em cidades no interior. Entre os presos, estão duas lideranças que estariam planejando as ocorrências.
De acordo com Bonates, o estado espera receber na terça-feira (8) um efetivo de homens da Força Nacional. O secretário disse não saber quantos homens serão deslocados ao estado.
“O nosso efetivo é pequeno para o volume de ações. A tropa vai ter uma hora que não vai ter como tocar capital e interior. Foi sugerido e o governador acatou a decisão de pedir apoio da Força Nacional. Esperamos que até amanhã eles estejam aqui para fazer o reforço”, afirmou Bonates.