
Jair Bolsonaro é diretor-presidente de uma ONG dos Estados Unidos que atuou junto com o reverendo Amilton Gomes de Paula, da ONG Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), na negociação das vacinas superfaturadas para o Ministério da Saúde.
A ONG Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas foi fundada em outubro de 2020, em Miami, e tem Jair Bolsonaro como diretor-presidente e Hamilton Mourão como vice-diretor.
Ela é comandada por Roberto Cohen, que aparece como secretário e é próximo ao reverendo Amilton.
Hamilton Mourão disse que seu nome foi usado indevidamente pelo grupo da ONG estadunidense.
O reverendo Amilton foi ouvido, na quarta-feira (4), pela CPI da Pandemia e jurou não ter proximidade com ninguém do governo, apesar de ter feito campanha para Jair Bolsonaro e aparecer em várias fotos com membros de seu governo.
Amilton também registrou, em mensagem, que se reuniu com o diretor de logística do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, que foi quem pediu propina de US$ 1 para o representante da Davati, Luiz Dominguetti.
Depois da Davati ter ofertado as vacinas por US$ 10, Amilton “atualizou” a oferta colocando US$ 1 a mais, exatamente o valor pedido por Roberto Dias.
Apesar da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários e da Missão Humanitária do Estado Maior das Forças Armadas terem nomes pomposos e que levam a pensar que se trata de um órgão estatal, elas são apenas ONGs que foram criadas para fazer negociatas.
A Senah diz, por exemplo, que é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) e traz o logo das duas organizações em seus materiais.
Em ambos os casos, a Senah não é reconhecida e não tem nenhuma ligação com as organizações.