Em 15 de novembro, o Terceiro Comitê da Assembleia Geral da ONU aprovou o projeto de resolução contra a glorificação do nazismo. Na votação, 130 países votaram a favor, 51 se abstiveram e apenas dois votaram contra — os Estados Unidos e a Ucrânia.
O documento é votado anualmente na Assembleia desde 2005. Argélia, Angola, Armênia, Bangladesh, Belarus, Benin, Bolívia, Burkina Faso, Burundi, Venezuela, Vietnã, Guiana, Guiné, Zimbábue, Cazaquistão, China, República do Congo, Coreia do Norte, Costa do Marfim, Cuba, Laos, Mali, Mianmar, Níger, Nigéria, Nicarágua, Paquistão, Rússia, Síria, Sudão, Tadjiquistão, Togo, Uganda, Uzbequistão, República Centro Africana, Eritréia, Etiópia, África do Sul e Sudão do Sul são co-autores do projeto.
“Não é segredo que o surgimento da glorificação do nazismo, infelizmente, tem lugar em uma série de governos atualmente, podendo ocasionar perigosas consequências na forma de conflitos internos. A história mundial sabe outros exemplos de consequências extremamente negativas da manifestação dos ideais nazistas, que levaram muitas vezes ao genocídio, sendo um dos casos mais sangrentos o de Ruanda em 1994”, afirmou Andrei Klishas, chefe do Comitê Legislativo do Conselho da Federação da Rússia.
Ele sublinhou que a recusa dos Estados Unidos e da Ucrânia de apoiar a resolução da ONU contra a glorificação do nazismo demonstra que eles não desejam aderir aos “princípios e ideais fundamentais da ordem mundial contemporânea”.
Em seu discurso, o representante dos EUA, que votou contra o documento, disse que a resolução seria falha por “punir a liberdade de expressão”.
Disputando em hipocrisia com o norte-americano, o representante da Ucrânia, que também votou contra o documento, país onde chegou ao governo uma junta de ideologia nazista com apoio aberto dos Estados Unidos, acrescentou que “os autores da resolução manipulam os fatos históricos”.