O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que ataque perpetrado em Brasília é “atentado à democracia”
“Condeno o ataque de hoje às instituições democráticas do Brasil. A vontade do povo brasileiro e as instituições do país devem ser respeitadas”, declarou, neste domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Já na segunda-feira, falando a jornalistas em Genebra, Guterres afirmou que os autores dos eventos do último domingo precisam enfrentar as consequências, de acordo com a lei.
O chefe da ONU disse estar “absolutamente convencido” que o Brasil irá lidar com a situação “com uma responsabilização adequada” e que o funcionamento democrático nacional irá seguir em frente.
“Eu acho que a lei deve ser respeitada. Quando a lei é desrespeitada, acho que quem desrespeita a lei deve sofrer as respectivas consequências de acordo com a própria lei. O Brasil é um estado de direito, assim como muitos países democráticos. O que importa é que o Estado de Direito funcione e a democracia siga em frente”, assinalou.
Guterres disse ter ficado chocado com os eventos de domingo, mas insistiu que confia no Brasil e nas suas instituições. A iniciativa ocorreu depois que a organização passou a acompanhar com preocupação a violência por parte de golpistas.
“A ONU condena veementemente qualquer ataque dessa natureza, que representa uma séria ameaça às instituições democráticas. A ONU pede às autoridades que priorizem o reestabelecimento da ordem e que defendam a democracia e o Estado de direito”, declarou o escritório das Nações Unidas no Brasil.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos também emitiu um comunicado no qual “repudia ataques às instituições e à violência em Brasília, que representa um atentado contra a democracia”.
”O direito de reunião deve ser pacífico, sem armas e com estrito apego ao estado de direito. Todos os responsáveis devem ser investigados e sancionados”, pediu o relator.
OEA TAMBÉM CONDENOU
O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, também condenou “o ataque às instituições em Brasília”, que são atos de “natureza fascista”.
A Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), fórum que reúne os 33 países das duas regiões, comunicou o seu apoio ao governo do presidente Luiz InácioLula da Silva perante as ações violentas contra os três poderes brasileiros.
“A presidência pro-tempore da CELAC manifesta o seu apoio ao Governo Lula, eleito pelo povo do Brasil, e rejeita as ações violentas contra as instituições democráticas brasileiras”, disse o fórum regional através do presidente argentino, Alberto Fernández, que exerce a função.