A Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (Acnur) lançou comunicado, no domingo (18), alertando para a violência que atinge as comunidades rurais da Colômbia, mesmo após a assinatura dos acordos de paz entre a guerrilha e o governo.
“Expressamos nossa preocupação sobre a persistência do deslocamento forçado de populações indígenas e de comunidades agrícolas nas áreas rurais de Cáceres, que do dia 19 de janeiro até hoje afetou ao menos 822 pessoas”, especifica o documento. Conforme a ONU e inúmeras organizações de direitos humanos, também preocupa o aumento do número de assassinatos na área de Bajo Cauca.
Antes controladas pelos guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – que se desmobilizaram após cinco décadas a partir da assinatura dos acordos de paz de 2016 – as áreas foram tomadas por narcotraficantes, que têm espalhado o terror entre as comunidades. Os narcos agem abertamente como instrumentos da ultradireita – cujos mercenários são historicamente vinculados aos Estados Unidos – e que, além da coca, ampliam seus ganhos com o controle da mineração ilegal.
Convertida em partido, a Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) – que disputa as eleições presidenciais de 27 de maio – anunciou recentemente a suspensão temporária da sua campanha por absoluta “falta de garantias”. Seu principal dirigente, Rodrigo Londoño Timochenko, antigo comandante do maior grupo guerrilheiro do país, e candidato a presidente, vinha sendo constantemente agredido por grupos não identificados, por não dispor de qualquer proteção da polícia ou dos órgãos de segurança do estado.