“Eu enviei uma mensagem pedindo uma trégua, uma pausa para a paz, uma pausa humanitária, para que as partes parem de disparar, parem de lutar, parem com os bombardeios aéreos, para que as pessoas possam ir aos hospitais, possam procurar um local seguro para se abrigar, possibilitando melhores condições para que encontrem água e comida”, afirmou o coordenador humanitário da ONU, Jamie McGoldrick, durante conferencia de imprensa realizada a partir da capital iemenita, Saana, por telefone junto a diversos jornalistas em Genebra.
A ONU deu início na segunda-feira (4) a uma campanha humanitária e enviou 136 mil toneladas de alimentos ao país, um esforço significativo porém insuficiente para as necessidades de importação de alimento, sobretudo tendo em vista a agressão saudita. No norte do Iêmen, por exemplo, há cerca de 15 milhões de pessoas dependendo de alimentos enviados pela ajuda humanitária internacional, ao passo que o único porto da região está bloqueado pelos sauditas.
Ao falar do esforço da ONU, McGoldrick criticou os bombardeios que se seguiram por parte do governo da Arábia Saudita ignorando o cessar fogo. “Nossa capacidade de chegar às pessoas, nesses últimos cinco dias, foi impedida por ataques aéreos, devido aos confrontos, bloqueando nossas atividades de apoio para salvar vidas”, completou.
Os bombardeios sauditas, que têm causado grande dano ao povo do Iêmen, e foram intensificados desde que a ONU pressionou pelo cessar-fogo na região. Nesse sentido, os funcionários da ONU relataram que pelo menos dois bombardeios sauditas foram perpetrados nas proximidades do complexo da ONU em Sanaa, desde as exigências de paz.
Com isso, as tensões em Sanaa foram exacerbadas, dificultando ainda mais a entrega de ajuda humanitária na área em torno da capital, região duramente afetada por um bloqueio naval saudita, responsável pela fome em massa e uma enorme crise médica por falta de insulina e outros medicamentos vitais.
GABRIEL CRUZ