
“O país necessita de um plano sólido, abrangente, que contemple todas as vacinas que consigam registro na Anvisa, sem qualquer tipo de discriminação”, afirmam os ex-titulares
Onze ex-ministros da Saúde defenderam, em artigo conjunto publicado nesta quarta-feira (9) na Folha de S. Paulo, que toda a população seja vacinada contra a Covid-19 ao longo de 2021.
Para isso, segundo os ex-ministros, “o país necessita de um plano sólido, abrangente, que contemple todas as vacinas que consigam registro na Anvisa, sem qualquer tipo de discriminação”.
Os ministros ressaltaram que “o Brasil é um dos poucos países do mundo a dispor hoje de uma base produtiva e tecnológica em vacinas e que dois dos maiores produtores mundiais de vacinas estão no Brasil: o Instituto Butantan, de São Paulo, e o Instituto Biomanguinhos, da Fundação Osvaldo Cruz, no Rio de Janeiro”.
“Essa base produtiva e o esforço de ação coordenada do SUS nas três esferas de governo permitiram que o país disponha hoje de um dos melhores e mais abrangentes programas de imunização do mundo, capaz de garantir altíssima cobertura vacinal e que tem possibilitado a prevenção e o controle de várias doenças”, dizem, dando como exemplos a recente vacinação, em 2010, contra o H1N1, quando 100 milhões de pessoas foram imunizadas.
Ele lembraram que o país produz a maioria de suas vacinas e destacaram que a vacina contra a gripe foi produzida localmente, no Instituto Butantan.
Também foram citadas a erradicação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, em 2010. “Essa capacidade endógena a produção de imunizantes, que reduz nossa dependência do exterior e garante altas coberturas vacinais, foi construída a partir de uma visão estratégica de distintos governos com parcerias de transferência de tecnologia entre laboratórios públicos e empresas multinacionais do setor farmacêutica”, destacaram os ex-titulares do Ministério da Saúde.
“Inovamos também na nossa capacidade logística, que nos permite dispor de milhares de pontos de vacinação em todo o território nacional e de mobilizar milhares de profissionais plenamente capacitados na organização e execução de campanhas de vacinação em massa”, apontaram os ex-ministros, alertando para o fato de que esse avanço esteja em risco.
“Infelizmente, todo esse acúmulo de competências está sendo colocado em risco pela desastrada e ineficiente condução da Ministério da Saúde em relação à estratégia brasileira de vacinação da população contra a Covid-19”, advertem.
O documento dos ex-ministros reforça a postura protagonista dos governadores na cobrança para a implantação imediata de um plano nacional de vacinação contra a Covid-19.