Um dos investigados que denunciou o esquema de propina da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) e agora colabora com a justiça, afirmou ao Ministério Público Federal (MPF) que fez pagamentos num total de R$ 450 mil, em espécie, para o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (PRB).
As acusações contra Crivella foram feitas por Edimar Moreira Dantas, que trabalhava na empresa do doleiro Álvaro José Novis, acusado de ser o operador do esquema da Fetranspor de pagamento de propina e doações eleitorais não declaradas a políticos.
Edimar Dantas afirmou aos procuradores que, nos anos de 2010 e 2012, fez cinco pagamentos em dinheiro vivo, num total de R$ 450 mil, a Mauro Macedo, que foi tesoureiro de antigas campanhas de Crivella. Todos os repasses foram feitos pessoalmente num escritório na Candelária, onde funcionou comitê de campanha de Crivella em 2010.
Dantas afirmou que a ordem para os pagamentos foi de José Carlos Lavouras, um dos diretores da Fetranspor, que teve a prisão decretadas nas operações Ponto Final e Cadeia Velha e está foragido em Portugal com sua cidadania portuguesa. O delator deu datas e até horários dos momentos em que pagou. Naa planilha que entregou ao MPF, estavam identificados quatro pagamentos de R$ 100 mil cada um, e teria havido ainda um quinto repasse, de R$ 50 mil.
O prefeito Marcello Crivella, em nota à TV Globo, afirmou que as acusações são uma “infâmia”, são “absurdas” e que só estão ocorrendo porque ele proibiu o aumento na tarifa dos ônibus. Ele disse ainda que suas campanhas eleitorais sempre foram “as mais modestas”.
Em seus depoimentos ao Ministério Público Federal, Edimar Dantas também comprometeu o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB). O delator afirmou que foram repassados R$ 4,8 milhões a Pezão (PMDB) entre julho de 2014 e maio de 2015. Pezão também nega.