Líderes de 13 partidos divulgaram nesta terça-feira (26) na Câmara uma nota rejeitando pontos da proposta de desmonte da Previdência, feita por Bolsonaro e Paulo Guedes. Os partidos se manifestaram contra a retirada da legislação previdenciária da Constituição, as mudanças no pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos de baixa renda e na aposentadoria rural.
Os partidos são: PSDB, DEM, PP, PR, PRB, PSD, PTB, SD, MDB, Podemos, Cidadania, PROS e Patriota. Juntas, essas bancadas somam 291 dos 513 deputados. Os líderes lançaram o manifesto no mesmo dia em que Paulo Guedes se recusou a comparecer na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para discutir com os parlamentares a sua proposta.
Líderes de partidos da oposição, entre eles o PDT, PCdoB, PSB, PT, PSOL e Rede, também se reuniram nesta mesma terça-feira, e lançaram um outro manifesto que, diferente dos partidos do centro, rejeita integralmente a proposta de mudanças nas regras da aposentadoria.
O grupo de oposição, que soma 133 deputados, considera insuficiente apenas reformular a proposta do governo. Eles pretendem derrotar a proposta na sua integralidade. O manifesto afirma que os partidos irão trabalhar pela rejeição da proposta desde a sua tramitação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“Não tem como fazer emenda em tecido podre”, comparou o líder do PCdoB, deputado Daniel Almeida (BA). André Figueiredo (PDT-CE) diz ser importante que, independentemente de concordância de mérito, as bancadas dos seis partidos se comprometam a assinar as emendas de autoria de cada um deles para que nenhuma seja barrada por inadmissibilidade, ou seja, antes mesmo de serem apreciadas.
O governo anunciou que pretende retirar R$ 1 trilhão da Previdência Social em dez anos, ou seja, retirar recursos dos trabalhadores e assalariados em geral, para transferir esse dinheiro para a especulação financeira. O Planalto chama essa transferência criminosa de recursos da produção para os parasitas, isto é, para os que vivem de juros, de “ajuste fiscal”.
Na sociedade cresce o repúdio a essa iniciativa. Manifestações no último dia 22, das Centrais Sindicais, levaram milhares de manifestantes para as ruas das principais capitais do país. Entre os governadores, principalmente os do Nordeste, e dentro do próprio Congresso Nacional também é crescente a resistência a essa medida, considerada por alguns como um verdadeiro genocídio contra os idosos.
Após o encontro dos partidos de oposição, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) explicou que o documento, para além de repudiar a Reforma da Previdência proposta por Jair Bolsonaro, apresenta alternativas para a solução do problema fiscal da União.
“O Brasil percebe que não tem governo. O ministro da Economia [Paulo Guedes] foge da Câmara, onde deveria defender sua proposta. Enquanto isso, o presidente vai ao cinema. Enquanto governo não está, a oposição está preocupada com o Brasil e vai apresentar alternativas para o País ter uma saída para a grave crise que enfrenta”, disse o deputado.
Leia a nota contra a desconstitucionalização da Previdência
John Maynard Keynes – Neocapitalismo – sistema monetário ou rentista de banqueiros, entre outros, que substitui o tipo industrial ou empreendedor, dinheiro sem lastro que o garanta. Se um contribuinte/consumidor paga 36% de seu salário (1/3 férias) por 35 anos ao INSS, quanto ele tirará do mercado em 40 anos? Quem vai investir ou consumir ?
Você acha, leitor, que são os aposentados que impedem o país de investir? Ou entendemos mal?