“A ordem para matar o jornalista Jamal Khashoggi veio dos mais altos níveis do governo saudita”, afirmou o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan.
Em matéria no Washington Post, o presidente turco declarou que os que “manejaram as marionetes” enviadas para matar Khashoggi em Istambul “têm que ser desmascarados”.
Apesar de saber que a ditadura saudita tem no príncipe Mohammed Bin Salman o manda-chuva principal Erdogan achou por bem isentá-lo do crime hediondo, dizendo que não acredita “por um segundo” que Salman tenha ordenado o esquadrão.
Erdogan tem se mostrado indignado que o solo turco tenha sido escolhido por um órgão oficial, no caso o consulado saudita em Istambul, para cometer o crime e perpetradores de ações assim “devem sofrer graves consequências”.
Independente das declarações de Erdogan, o que se sabe até agora em termos de documentos apresentados pela polícia e inteligência turca é que Khashoggi, colunista que estava condenando agressões sauditas a exemplo do morticínio no Iêmen, sem poupar o príncipe Salman, morreu há um mês depois de adentrar o consulado.
Vale lembrar as oscilantes declarações sauditas que foram desde – num primeiro momento – negar a morte de Khashoggi, para depois admitir que ela, a morte, teria advindo de um ‘interrogatório’ mal conduzido, depois de uma briga e, depois, há uma semana, o promotor saudita, Saud Al Mojeb, declarou que o ataque teria sido “premeditado”. Quem o premeditou?
Na sexta, dia 2, Yasin Aktay, que assessora Erdogan, foi mais um a declarar que Erdogan foi esquartejado e teve as partes do corpo dissolvidas em ácido. Autoridades turcas, familiares e amigos de Khashoggi demandam o corpo e até agora nem sinal.
O promotor-chefe da Turquia, Irfan Fidan, declarou através de nota de seu escritório em Istambul que o jornalista “foi estrangulado e desmembrado”. Ele também afirma que as conversas com o promotor saudita “não levaram a nenhum resultado concreto apesar dos bem-intencionados esforços da Turquia de revelar a verdade”.