O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou na segunda-feira (30) que “o sistema de saúde na Faixa de Gaza está sob grave ameaça”.
“Parem os ataques aos hospitais, as pessoas em Gaza precisam de acesso a cuidados de saúde e os trabalhadores humanitários precisam de acesso à assistência médica”, conclamou, acrescentando que “os Hospitais de Reabilitação Al-Ahli e Al-Wafa na Cidade de Gaza foram atacados pelo exército israelense e ambos foram danificados”.
Em um criminoso e descontrolado ataque de tanques e quadricópteros, os genocidas israelenses lançaram ataques simultâneos com mísseis, na sexta-feira (27), e dispararam munição real contra as áreas adjacentes ao hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, incendiando boa parte desse que é o maior hospital da área e atende mais de 400.000 cidadãos, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza.
O diretor-geral afirmou que a OMS, em cooperação com seus parceiros, entregou hoje, segunda-feira (30), suprimentos médicos essenciais, alimentos e água ao Hospital Indonésio, observando que 10 pacientes em estado crítico foram transferidos para o Hospital Al-Shifa, mas as forças de ocupação detiveram quatro pacientes durante a transferência.
MAIS DE 1000 TRABALHADORES DA SAÚDE MORTOS EM GAZA
Ele também exigiu a libertação do diretor do Hospital Kamal Adwan, Dr. Hussam Abu Safiya, preso só por conta de seu trabalho em defesa da vida da população civil palestina.
Vale ressaltar que cerca de 1.060 trabalhadores do setor da saúde na Faixa de Gaza foram mortos desde o início da agressão, em 7 de outubro de 2023, enquanto mais de 310 foram presos, centenas ficaram feridos e cerca de 130 ambulâncias foram destruídas, de acordo com o Ministério da Saúde palestino.
O ataque deliberado à infraestrutura médica privou civis do acesso a serviços básicos de saúde.
Organizações da ONU alertaram que o volume de suprimentos médicos que entram em Gaza é insuficiente para sustentar a resposta sanitária, e que todas as evacuações médicas para fora de Gaza ainda estão suspensas.
PROFISSIONAIS DA SAÚDE PRESOS POR ISRAEL
A Anistia Internacional também ressaltou em um comunicado nesta segunda-feira que está profundamente preocupada com o destino de Hussam Abu Safiya, diretor do Hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, e pediu “sua libertação imediata e incondicional”.
A organização acrescentou que Israel deve libertar imediatamente todos os palestinos detidos arbitrariamente, especialmente os profissionais de saúde, observando a necessidade de que a comunidade internacional se manifeste urgentemente para acabar com o genocídio israelense em Gaza.
As forças de ocupação israelenses cometeram três massacres contra famílias na Faixa de Gaza nas últimas 24 horas, resultando na morte de pelo menos 27 palestinos e ferimentos em outros 149, de acordo com relatórios médicos.
Autoridades de saúde locais confirmaram que o número de mortos palestinos no ataque israelense desde 7 de outubro de 2023 aumentou para 45.541 fatalidades confirmadas, com mais 108.338 indivíduos sofrendo ferimentos. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
De acordo com as mesmas fontes, os serviços de emergência ainda não conseguem chegar a muitas vítimas e corpos presos sob os escombros ou espalhados nas estradas do enclave devastado pela guerra, já que as forças de ocupação israelenses continuam a obstruir o movimento de ambulâncias e equipes de defesa civil.
O ataque genocida de Israel continua inabalável, apesar dos apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas por um cessar-fogo imediato e das diretrizes do Tribunal Internacional de Justiça solicitando medidas para prevenir o genocídio e aliviar a terrível situação humanitária em Gaza.