“A pandemia deixou cristalina a importância da produção científica. O mundo inteiro está em uma corrida do bem em busca de um antídoto que permita nos libertar desse vírus”, disse o deputado em evento da SBPC
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) defendeu como primeira medida para socorrer a pesquisa científica no país nesse momento de pandemia é descontingenciar os recursos do Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico (FNDC).
“Não existe nenhuma justificativa para que o Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico siga com o nível de contingenciamento que possui. Não é exatamente de hoje, mas isso está alinhado a determinada estratégia econômica”, enfatizou o deputado durante live feita pela Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG).
O debate foi conduzindo por Flávia Calé, da ANPG, e teve a participação dos cientistas Fernanda Sobral, vice-presidente da SBPC, e de Isaac Roitman
O evento, que lançou o Plano Emergencial Anísio Teixeira, fez parte da programação da 72ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), que sendo realizada de forma remota.
“Não existe nenhuma justificativa para que o Fundo Nacional para o Desenvolvimento Científico siga com o nível de contingenciamento que possui”
“Temos que mirar o descontingenciamento desses recursos como uma das bases para viabilizar os mecanismos de financiamento. Isso vai do reajuste das bolsas até a ampliação”, continuou.
Segundo ele, “o que está em xeque é o desenvolvimento nacional e o desenvolvimento humano. A pandemia deixou cristalina a importância da produção científica. O mundo inteiro está em uma corrida do bem em busca de um antídoto que permita nos libertar desse vírus”.
Precisamos da “renovação do compromisso com a ciência como mecanismo de desenvolvimento nacional e humano. A ciência está no centro das disputas estratégicas no mundo”, afirmou.
O deputado defendeu que o financiamento deve priorizar as universidades e institutos públicos. “Nós precisamos reforçar essas instituições pela relevância que têm. É a garantia da produção científica e do futuro do Brasil”.
“É importante reafirmar a ciência como alavanca para o desenvolvimento e o Estado como principal financiador da pesquisa”.
Orlando defendeu a criação de 150 mil bolsas de pesquisa para mestrados e doutorados e um auxílio emergencial para os pesquisadores durante a pandemia.
“A ciência sempre teve um papel chave, mas no tempo presente a sua importância é elevada à enésima potência para a produção de projetos nacionais. A ciência que vai garantir o lugar do Brasil no globo. Nós podemos ser protagonistas ou ator coadjuvante”.
“É importante reafirmar a ciência como alavanca para o desenvolvimento e o Estado como principal financiador da pesquisa”
Para Orlando, o que definirá se o Brasil terá relevância internacional na ciência será “como enfrentaremos os desafios de financiar e garantir o desenvolvimento científico e tecnológico no país. Se nós sonhamos com ter um Brasil desenvolvido, precisamos rever as estratégias e garantir o financiamento da ciência”.
O Plano Emergencial proposto pela ANPG foi defendido integralmente por Orlando.
O deputado, pré-candidato a prefeito de São Paulo, acredita que para a ciência brasileira ser preservada o auxílio emergencial deve ser estendido aos pesquisadores e 150 mil novas bolsas para cursos de mestrado e doutorado devem ser criadas. Precisamos “acolher essa parcela de pós-graduandos que carece de suporte para poder continuar a sua pesquisa”, disse.
PEDRO BIANCO