O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que a catástrofe causada pela Braskem em Maceió é “um descalabro ambiental” e pediu que “a empresa e os responsáveis sejam punidos exemplarmente”.
Em suas redes sociais, o parlamentar repercutiu a reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrando que a Braskem omitiu para o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL) o risco de colapso de uma das minas.
“O caso Braskem é mais um descalabro ambiental feito por empresas predadoras, que só pensam no lucro fácil, mesmo às custas de vidas e sonhos. Que a empresa e os responsáveis sejam punidos exemplarmente!”, publicou Orlando em suas redes sociais.
O IMA-AL autuou a Braskem em mais de R$ 72 milhões pelos danos ambientais e risco de desabamento da mina 18, no bairro do Mutange, na capital de Alagoas.
Uma multa de R$ 2 milhões foi aplicada “pela omissão de informações sobre a obstrução da cavidade da mina 18, detectada no dia 7 de novembro, quando a empresa realizou o exame de sonar prévio para o início do seu preenchimento, em desconformidade com a Licença de Operação”.
Neste exame sonar, a Braskem identificou alterações nas condições da mina, mas a empresa optou por não informar o IMA-AL.
Em 2019, quando começaram os tremores em Maceió por conta das minas operadas pela Braskem, a empresa foi obrigada a se comprometer a fechar as minas e preencher as cavidades para evitar desabamento.
Tremores na região da mina 18 foram registrados a partir do dia 6 de novembro. O solo do bairro do Mutange chegou a afundar 5 centímetros por hora.
RENAN FILHO
O ministro dos Transportes, Renan Filho, que governou o Estado de Alagoas, afirmou que a empresa deve ser responsabilizada judicialmente pelo “crime ambiental” na capital alagoana. Renan Filho foi enviado a Maceió para acompanhar o caso.
Para o ministro, “a Braskem precisa ser responsabilizada civil e criminalmente pelo crime ambiental em Maceió, garantindo a reparação aos danos materiais e ambientais causados aos maceioenses”.
O ministro lembrou que quando foi governador (2015-2022) não aceitou fazer um acordo com a empresa, porque ninguém poderia saber a extensão do dano.