O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) afirmou que é preciso dialogar para a elaboração de um lei no Brasil contra as notícias e informações fraudulentas e caluniosas (fake news).
O parlamentar comentou um vídeo (ver a seguir) do youtuber Felipe Neto em que este cita o trabalho de Orlando Silva na discussão da lei das fake news, aprovada no Senado e em tramitação na Câmara.
No Twitter, Felipe Neto comentou: “A lei tem que existir, mas ela precisa, primeiro, dialogar, conversar, entender. Orlando Silva está fazendo isso muito bem, ele tá tentando fazer isso ao máximo. Tiro o chapéu para o trabalho que o Orlando tá fazendo, mas é preciso botar o pé no freio. É preciso que os deputados e senadores olhem e entendam que não vão conseguir impedir as fake news num estalar de dedos com um projeto de lei duro, que simplesmente saia perseguindo a torto e a direito todo tipo de pessoa”.
“É bom ter o trabalho reconhecido por alguém que conhece as redes sociais como poucos no Brasil, como @felipeneto. É preciso diálogo aberto e democrático com a sociedade para lidar com as fake news. Vamos trabalhar mais para ter a lei brasileira adequada aos desafios atuais”, escreveu em resposta Orlando Silva.
Orlando Silva é secretário de Participação, Interação e Mídias Digitais da Câmara e tem acompanhado os debates sobre o PL 2.630/20, aprovado no Senado.
O projeto prevê que perfis suspeitos de disseminar fake news deverão ser identificados pela plataforma (rede social) e altera as regras de funcionamento das redes sociais, como o de encaminhamento de mensagens em massa ou através de grupos de Whatsapp.
Felipe Neto tem sido covardemente ameaçado, caluniado e difamado, anonimamente, na internet após declarar num vídeo para o jornal norte-americano “New York Times” que Bolsonaro é o pior líder mundial no combate à Covid-19.
Após a divulgação do vídeo, Felipe Neto passou a ser vítima de uma campanha de destruição nas redes sociais. Uma montagem liga seu perfil em uma rede com uma mensagem, que ele nunca escreveu, fazendo apologia à pedofilia. Isso já causou danos graves à imagem do youtuber. De acordo com um estudo realizado pelo próprio youtuber, em sites de busca seu nome aparece ligado à palavra “pedófilo”.
Na terça-feira (29), bolsonaristas acompanhados de um carro de som foram até a entrada do condomínio onde Neto mora. Um deles se identifica nas redes sociais como “Cavallieri, o guerreiro de Bolsonaro”. Em outra publicação nas redes sociais, ele aparece segurando um fuzil, ao lado de crianças assustadas, e ameaça o influenciador. “É, Felipe Neto. A gente vai se encontrar em breve. Eu quero ver se tu é macho. (…) Eu quero ver tu tirar onda comigo. Teus seguranças não me intimidam, não, irmão, que aqui também o bonde é pesado.”
Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Felipe Neto afirmou: “Virem atrás de mim, dentro da minha casa, é um nível de perseguição que eu não imaginei que aconteceria. É o tipo de coisa que você vê em filme, vê em série, mas nunca imagina que realmente aconteça”.
“Eu nunca imaginei que fosse passar por isso. Eu nunca dei qualquer margem, ou qualquer suspeita, ou levantei qualquer tipo de insinuação que pudesse levar qualquer pessoa a me associar com esse crime tão perverso, tão odioso, e ver isso acontecendo. As pessoas por não terem nada a falarem sobre mim inventam posts. Pegarem a minha foto e montarem no photoshop posts como se eu tivesse escrito. Aquilo mostra o quão vil é o coração dessas pessoas. O quanto elas estão dispostas a fazer o que quer que seja”, disse Felipe Neto na entrevista.
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