O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) criticou a proposta do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, de criar uma “taxa voluntária” para regiões que queiram aterrar os fios de eletricidade e criticou a falta de zeladoria nos últimos três anos, que resultaram na queda, em um único dia, de mais de duas mil árvores.
“A prefeitura da maior cidade do país passa o recado: há 2 tipos de munícipes, o que tem dinheiro terá aterramento e luz; o que não tem sofrerá com a incompetência da Enel e do governo municipal. É um escândalo!”, denunciou o parlamentar.
Em coletiva de imprensa, Ricardo Nunes chamou a proposta de “taxa” ou “contribuição de melhoria”. Já em entrevistas, depois da repercussão negativa, o prefeito falou que não se trata de uma taxa.
“RiTAXO Nunes se enrolou porque não dá para explicar o inexplicável. Depois de 4 dias de apagão, a solução do prefeito é criar mais uma taxa para aterrar os fios da cidade. Não dá!”, comentou Orlando Silva.
De forma irônica, escreveu em seu Twitter: “Não tem taxa, funciona assim: se quiser aterrar os fios em sua rua, primeiro você paga a sua metade e, depois, a prefeitura paga COM O SEU DINHEIRO a outra metade. Dá vontade de rir, mas de nervoso!”.
Enquanto milhões de cidadãos paulistas e paulistanos ficaram dias sem energia, Ricardo Nunes, o governador Tarcísio de Freitas e a Enel, empresa responsável pela distribuição de energia, tentaram empurrar a responsabilidade um para o outro.
Nunes disse que o governo do Estado deveria acompanhar as medidas da Enel. Tarcísio falou que o prefeito deveria cuidar melhor da zeladoria da cidade, se antecipando à queda das árvores. A Enel, por sua vez, falou que nada podia ter sido feito e que tudo é culpa de São Pedro.
“Nesse escandaloso jogo de empurra entre governador, prefeito e Enel, ninguém responde pelos 2,5 milhões que sofreram com o apagão e nem pelos mais de 150 mil paulistas que continuam às escuras 5 dias após as chuvas. É muito descaso!”, criticou Orlando.
Em um artigo publicado na Carta Capital, o deputado destrinchou a incompetência da gestão de Ricardo Nunes, pedindo “que responda o que fez nos últimos três anos na zeladoria da cidade. Afinal, chega a ser inexplicável que mais de duas mil árvores tenham caído em um único dia, contribuindo imensamente para o apagão ocorrido”.
Orlando Silva afirmou que “o caos ofertado como serviço público pela Enel e a Via Mobilidade [CPTM] nos trazem um alerta vermelho sobre a privatização da Sabesp, obsessão do governador Tarcísio apoiada pelo prefeito Ricardo Nunes”.