“O Google gastou os tubos, abusando do poder econômico, para mentir sobre o PL das Fake News”, denunciou o deputado. Orlando também rebateu o Facebook e disse que a plataforma quer “esconder seus verdadeiros interesses” com esses ataques
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) disse que o Google veiculou a campanha publicitária contra o Projeto de Lei (PL) de Combate às Fake News (2.630/20) para manter o modelo em que “usa conteúdo alheio para enriquecer”.
“O Google gastou os tubos, abusando do poder econômico, para mentir sobre o PL das Fake News”, denunciou o deputado.
“A verdade é que o Google usa conteúdo alheio para enriquecer, não tem ética e nem solidariedade com quem produz informação. Querem ganhar sozinhos”, continuou.
Orlando Silva, que é relator do PL, chamou a empresa de “tubarão da internet”.
O Google pagou para veicular, em jornais impressos, uma campanha falando que “o Projeto de Lei 2.630 pode obrigar o Google a financiar notícias falsas”.
Ao mesmo tempo em que diz que “temos que debater mais”, a empresa aponta um link para mostrar ao leitor como o PL “vai prejudicar você”.
O Google está se posicionando contra o Projeto de Lei por conta de um trecho que estabelece uma remuneração para os jornais e seus profissionais que produziram os conteúdos veiculados, visando a “valorização do jornalismo profissional nacional, regional, local e independente”, que é uma forma de combater a disseminação de fake news.
O PL prevê que “os conteúdos jornalísticos utilizados pelos provedores produzidos em quaisquer formatos, que inclua texto, vídeo, áudio ou imagem, ensejarão remuneração às empresas jornalísticas de direitos de autor”.
Ou seja, o Google, que é a quarta empresa mais valiosa do mundo, quer continuar ganhando em cima de reportagens produzidas profissionalmente no Brasil, mas não quer dar nada do dinheiro obtido para os jornalistas.
A empresa ainda apelou para fake news, omitindo dos leitores que o PL restringe os pagamentos para “pessoa jurídica, mesmo individual, constituída há pelo menos 12 (doze) meses (…) que produza conteúdo jornalístico original de forma regular, organizada, profissionalmente e que mantenha endereço físico e editor responsável no Brasil”.
FACEBOOK FEZ “TERRORISMO” CONTRA O PL
O Facebook também veiculou uma campanha contra o Projeto de Lei, acusando-o de prejudicar os pequenos empresários que fazem publicidade online, mas sem apontar nenhum dispositivo do texto do projeto que faria tal coisa.
“O PL das fake news deveria combater fake news; e não a lanchonete do seu bairro”, disse o Facebook, cuja controladora, a Meta, é a oitava empresa mais valiosa dos Estados Unidos.
Para Orlando Silva, o que o Facebook fez foi “terrorismo e chantagem”. “O que o projeto prevê não tem nada que afete a vida das pequenas e médias empresas. Não existe nenhuma hipótese de qualquer prejuízo a pequenos negócios, nenhuma hipótese”, rebateu o relator.
“O que essa empresa [Facebook] faz é tentar manipular, dizendo que vai atingir pequenos empresários para, na verdade, esconder seus verdadeiros interesses”, argumentou.
“Sobre as regras de publicidade, o que nosso projeto prevê é equiparar empresas internacionais às empresas brasileiras. É submeter as regras e os contratos de publicidade às regras da lei do Brasil. E mesmo assim, nós podemos preservar inteiramente as pequenas e médias empresas brasileiras”, pontuou.
O deputado federal concluiu dizendo que “só perde com o PL das Fake News quem lucra com a mentira e o discurso de ódio”.