Em 3 de outubro de 1953 foi assinada a Lei que criou a Petrobrás
Em 03 de outubro de 1953, nascia a Petrobrás, através de Lei aprovada e proposta por Getúlio Vargas, que retornara ao poder com o voto do povo. O monopólio estatal do negócio petróleo estava sacramentado. Mas o orgulho com a criação da nossa maior empresa, cobrou alto preço a Getúlio.
A morte de Getúlio Vargas está ligada a fundação da Petrobrás. O governo sofreu pressões políticas, promovidas pelas multinacionais Esso e Shell, as quais contrataram o entreguista Carlos Frederico Werneck de Lacerda, para liderar uma campanha pela mídia escrita e falada, acusando Getúlio Vargas de corrupção, alardeava que o governo era um Mar de Lama. O presidente Getúlio Vargas não resistiu e deu fim à sua vida.
A história do petróleo no Brasil se confunde com a vida da Petrobrás. Em 1954, importávamos 98% dos derivados de petróleo. Apenas 15 anos depois, em 1969, importávamos 92% de petróleo e só 8% de derivados. A Petrobrás construiu seu parque de refino espalhado pelo país afora, produzindo em grande quantidade os derivados de petróleo (GLP, Gasolina, Nafta, Diesel, Querosene, etc.).
Novos caminhos foram determinados, ativos foram vendidos, planos que desintegram parcialmente uma companhia integrada, do “poço ao posto”, são colocados em prática. A empresa cada vez mais se concentra na área de Produção de Petróleo em alto mar. O aumento da produção do óleo é esperado através do desenvolvimento de áreas com petróleo de alta qualidade.
A Petrobrás, que pertence ao povo brasileiro, já recebeu 7 prêmios concedidos pela OTC, a Offshore Technology Conference, maior conferência mundial da indústria de petróleo e gás em águas profundas:
2024 – Inovações tecnológicas em campos maduros em águas profundas, em Marlim e na Bacia de Campos.
2023 – Tecnologia inédita dedicada à construção e intervenção em poços (OTC Brasil).
2020 – Inovações tecnológicas no campo de Búzios.
2019 – Tecnologias desenvolvidas para desenvolver a produção do bloco de Libra (OTC Brasil).
2015 – Tecnologias para o Pré-Sal.
2001 – Tecnologias de produção de óleo e gás em águas ultra-profundas, no campo de Roncador.
1992 – Viabilização da produção de óleo e gás em águas profundas, com o campo de Marlim.
Um exemplo desse domínio é o fato de termos o recorde mundial de produção em lâmina d’água. Somos os vencedores da corrida espacial da produção em alto mar de Petróleo. A mídia não mostra esses fatos. Nada mal para o país da exportação da matéria prima. Somos líderes em uma tecnologia altamente complexa, na área ainda mais importante da economia mundial. Os brasileiros deveriam se orgulhar mais dessa empresa. É mentirosa a afirmação de que a era do Petróleo acabou. É hoje e ainda será por décadas a principal fonte energética global.
Além disso, o caminho mais seguro para a transição energética é investir na Petrobras como uma empresa de Energia. Nenhuma outra organização nesse país gera mais conhecimento e tecnologia do que a Petrobrás, com um número recorde de patentes.
Nessa estatal se consolidou um grupo técnico da mais alta qualidade, fruto de investimento sólido de décadas em formação, seleção rigorosa e pesquisa. Os melhores engenheiros e geólogos do mundo estão lá, acreditem. Tenha orgulho, lute para que essa empresa, que é do povo brasileiro, continue sendo sua e seja a chama de esperança para um dia sermos um país desenvolvido.
O futuro não sabemos. Primeiro nos alimentamos dos sonhos, mesmo não sendo possível uma realização plena, eles nos mantêm firmes. Depois dos sonhos nos resta a esperança, mesmo tênue ela nos faz acreditar no possível, na reviravolta. Que a esperança no amanhã continue. A esperança é a última que morre e ainda acreditamos na campanha “O Petróleo é Nosso”. Certamente o passado já foi escrito, com honras e glórias. Dignificando, sem sombra de dúvidas, a capacidade deste povo em criar a sua própria história.
Entre ataques e privatizações recentes a Estatal Petrobrás, já sem acento, continua sua trajetória incerta. Venderam a BR, a Eletrobras, a VALE, Refinarias… És a última que sobrou como prova inquestionável da obra e do valor do povo brasileiro. Construída ao longo de 71 anos és fruto de Josés, Marias e Silvas. Resistir é a única opção, entre ataques da mídia, do mercado, do imperialismo…
Gustavo José Simões é Engenheiro mecânico e vice-diretor cultural da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
Reproduzido do site da AEPET