
“Ele [Trump] não foi eleito para mandar no mundo. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos”, frisou o presidente
O presidente Lula criticou o plano de Donald Trump de ocupar a Faixa de Gaza e expulsar a população palestina da região para construir uma “Riviera do Oriente Médio”. “Embora os Estados Unidos sejam um país grande e poderoso, eles não são donos do mundo”, afirmou o presidente, em entrevista nesta quinta-feira (6) à rádios da Bahia.
GAZA É DOS PALESTINOS
“Eu respeito a eleição do presidente Trump. Ele foi eleito presidente da República pelo povo americano. Portanto, ele tem todo o meu respeito para governar os Estados Unidos, para manter as relações democráticas e civilizadas com os Estados Unidos. Ele não foi eleito para mandar no mundo. Ele foi eleito para governar os Estados Unidos”, frisou Lula.
“Tentar normalizar essas coisas, dizer ‘olha, vamos tirar o povo palestino, ocupar aquilo e fazer uma Riviera’. Não. Ninguém vai fazer um lugar bonito em cima de milhares de cadáveres de mulheres e crianças”, acrescentou o presidente, sobre a proposta, que hoje se sabe ter sido feita pelo genro de Donald Trump de ganhar dinheiro e enriquecer com a especulação imobiliária sobre os escombros de Gaza provocados por Israel na área palestina.
AMEAÇAS INACEITÁVEIS
Lula destacou que não pode haver interferência nas decisões de outros países, destacando a importância do respeito à soberania nacional. “Os Estados Unidos, a vida inteira, passaram a ideia de que eram o símbolo da democracia, o xerife do mundo. E de repente, elegem um presidente que faz questão de todo dia dizer uma anomalia. Um dia ele vai ocupar o Canal do Panamá, outro dia ele vai ocupar a Groenlândia, outro dia ele vai anexar o Canadá, outro dia vai tratar o povo palestino como se não fosse ninguém”, de denunciou.
O chefe do Executivo federal enfatizou ainda a sua crença na democracia. “Eu sou defensor da democracia em todos os momentos da minha vida e vou continuar sendo. Somente a democracia pode permitir que o mundo viva decentemente bem”, acrescentou o presidente, enfatizando a necessidade de respeitar as escolhas soberanas dos povos e de combater a interferência externa nas eleições de outros países.
PREÇOS DOS ALIMENTOS ESTÃO ALTOS
Sobre os temas internos e de economia, Lula reconheceu que a inflação está atormentando a vida dos trabalhadores e disse que o governo está empenhado em tornar os preços dos alimentos mais condizentes com o salário dos trabalhadores. Ele disse também a população deve mudar de hábitos quando o preço de algum produto estiver alto, desconhecendo, ao que parece, que muitas vezes os preços altos são monopolistas e não deixam alternativas ao consumidor.
Ele disse também que quer que sua marca seja a do crescimento da distribuição de renda e a inclusão social.
Outro ponto ressaltado pelo presidente foi a educação. Lula afirmou que o governo trabalha para cumprir a meta de que as crianças sejam alfabetizadas na idade certa, numa parceria estabelecida com todos os estados e municípios. Reforçou o compromisso com a construção de mais 100 institutos federais e investimentos ampliados em universidades, recuperando as que existem e fazendo mais hospitais universitários.
AUMENTAR O CRÉDITO
Lula falou que o crédito está crescendo. Ele fez referência a uma reunião que teve nesta quarta-feira (5/2) com presidentes de bancos públicos para ressaltar que o crédito está em crescimento no país e antecipou que haverá novos anúncios nesse setor. “Nunca houve tanto investimento do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, do BNB (Banco do Nordeste) e do Basa (Banco da Amazônia). O crédito está crescendo e vão ter mais medidas anunciadas nos próximos dias”, indicou.
Assista a entrevista
Parte 1
Presidente Lula concede entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia https://t.co/o1cEbrVLgw
— Lula (@LulaOficial) February 6, 2025
Parte 2
Presidente Lula concede entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia https://t.co/rkWtI5jRgz
— Lula (@LulaOficial) February 6, 2025