“É tanta gente extraordinária que nos ensinou a ser como nós somos, da cor que nós somos, do jeito que nós gostamos de música, de samba, de futebol”, destacou o presidente
“Os negros foram responsáveis pela construção desse país. Eles são vítimas de tanta violência, mas que tem tanta gente extraordinária que nos ensinou a ser como nós somos, da cor que nós somos, do jeito que nós gostamos de música, de samba, de futebol, eu não poderia fazer um discurso”, disse Lula na cerimônia pela passagem do Dia da Consciência Negra. Ele designou a deputada Benedita da Silva para falar.
Antes de passar a palavra para a deputada Benedita da Silva, ex-ministra e a primeira senadora negra do Brasil, Lula destacou, ainda, que “nós somos todos irmãos e temos o sangue da mesma cor”.
“Nós não somos diferentes pela pele, pelo cabelo, pela roupa. Porque somos irmãos. Viemos do mesmo pai, moramos o mesmo planeta e temos o sangue da mesma cor. Então, tudo que a gente está fazendo é tentativa de recompor coisas que foram construir e recolocar no lugar coisas que foram tiradas”, acrescentou Lula.
Ele destacou a necessidade de perseverar na luta. “Todos os atos assinados hoje, no Dia da Consciência Negra, é como plantar uma árvore. Para ela crescer, precisa ser regada, assim como as políticas públicas. É um pagamento histórico por anos escravização. As pessoas não podem deixar de cobrar o governo pelas políticas de igualdade racial sancionadas hoje”, disse o presidente.
“Essa árvore, para dar certo, tem que ser semeada. Tem que colocar água. Tem que ter sol. Precisa ter adubo. E você sabe que o adubo, para uma política pública funcionar, são vocês”, destacou. “Essas coisas que assinamos aqui, para elas andarem, vocês não podem deixar de cobrar o funcionamento.”
“Construir a verdadeira igualdade racial é, talvez, um dos mais importantes feitos históricos que o Brasil ainda tem por concluir. Por isso, nesse Dia da Consciência Negra, reafirmamos nosso compromisso assinando acordos de cooperação que integram o Pacote pela Igualdade Racial, composto por 13 ações, entre titulações de territórios quilombolas, programas nacionais, grupos de trabalho interministeriais, entre outras ações para garantir os direitos da população negra no nosso país”, completou o presidente.
O conjunto de 13 ações, apresentado pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, em parceria com mais dez pastas e órgãos federais, inclui programas nacionais, titulações de territórios quilombola, bolsas de intercâmbio, acordos de cooperação, grupos de trabalho interministeriais e outras iniciativas que garantem ou ampliam o direito à vida, à inclusão, à memória, à terra e à reparação.
A cerimônia de lançamento contou com a presença de ministras e ministros de Estado, secretárias e secretários, parlamentares, intelectuais, autoridades, representantes do terceiro setor e lideranças de movimentos sociais, além das apresentações culturais de Jorge Aragão e Lia de Itamaracá.
No documento, constam programas nacionais, titulações de territórios quilombolas, bolsas de intercâmbio, acordos de cooperação, grupos de trabalho interministeriais e outras iniciativas que garantem ou ampliam o direito à vida, à inclusão, à memória, à terra e à reparação.