“Todo mundo sabe que o dado está errado, na Escandinávia, a Suécia foi aonde mais matou gente”, rebateu o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), durante a CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) da Covid-19 no Senado, citou a Suécia como exemplo de condução da pandemia do novo coronavírus, sob a alegação de que o país escandinavo não promoveu o lockdown e teve bom desempenho na gestão da crise sanitária.
A CPI ouve nesta terça-feira (22), o deputado sobre o qual recai suspeitas de ter liderado o chamado “gabinete paralelo” de aconselhamento do presidente da República, Jair Bolsonaro, para assuntos da Covid-19.
Os senadores rebateram o argumento do deputado. O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que é vice-presidente da comissão, rebateu o dado argumentando que a Suécia teve a pior performance na condução da pandemia entre os países da Escandinávia.
“Todo mundo sabe que o dado está errado, na Escandinávia, a Suécia foi aonde mais matou gente”, rebateu Randolfe.
Noutro momento, os dados da Suécia voltaram a ser polemizados. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) retomou o debate sobre os números da Suécia em comparação ao da República Tcheca, citado pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), o que acabou gerando discussão entre o senador Randolfe e o senador Luiz Carlos Heize (PP-RS).
O senador Randolfe Rodrigues corrigiu ao dado propagado por Osmar Terra, sobre a Suécia ser um dos países com a melhor gestão da pandemia.
A CPI, instalada em 27 de abril no Senado, tem o propósito de investigar as ações, omissões e inações do governo federal no combate à pandemia do novo coronavírus.
MÁ CONDUÇÃO DO GOVERNO SUECO
O senador reiterou a má condução do governo sueco, em relação aos outros países da Escandinávia — Finlândia, Suécia, Noruega e Dinamarca.
“O que não pode, presidente, senhor relator, é prevalecer uma estratégia de desinformar as pessoas. Essa CPI não pode ser uma CPI da fake news”, asseverou, indignado o senador Randolfe Rodrigues.
Em dezembro, o rei da Suécia, Carl Gustaf, durante um programa televisivo, admitiu: “Acho que falhámos. Temos um grande número de mortos e isso é terrível”.
Lars Falk, diretor do departamento de Unidade de Terapia Intensiva no hospital Karolinska de Estocolmo, capital do país, afirmou que a “Autoridade de Saúde Pública havia preparado três cenários no verão para o Covid-19. Nós nos baseamos no pior deles, para tentar nos preparar. Porém, está duas vezes mais grave do que se temia”.
M. V.